O Primeiro Ministro Passos Coelho emitiu uma mensagem de
Natal que achei interessante e até gostei. Só não disse de que país falava.
Poderia ter sido de uma ficção, já que a culpa de Portugal ter PPC como PM é do
Laféria, pois se ele tivesse passado num casting hoje seria um outro artista e
nós não teríamos o “prazer” de o ter a fazer malabarismos e a afundar o país na
pobreza.
A certa altura diz, professoral “Temos ainda muitas escolhas
a fazer para fortalecer o nosso presente e preparar o nosso futuro. Queremos,
sim, construir uma sociedade com mais emprego, mais justiça, menos
desigualdades, em que não haja privilégios nas mãos de um pequeno grupo com
prejuízo para todos. Queremos que todos tenham uma justa oportunidade de
decidir a sua própria vida.”
Não sei porque não fez isso nos 3 anos que leva de
(des)governo. Porque não cortou nos privilégios das PPP? Porque manteve as
rendas excessivas na eletricidade? Porque manteve Fundações que não fazem
sentido? Porque não reformou administrativamente o país? Porque não acabou com
organismos redundantes? Porque é que só cortou nos salários dos funcionários
públicos e nas pensões? Porque é que aumentou brutalmente os impostos sobre o
trabalho? Porque deixou que a banca continuasse a pagar menos? Porque não taxou
as aplicações em bolsa como qualquer outro rendimento? Porque não resolveu o
problema da TAP, da Carris, do Metro de Lisboa e do Porto e da REFER, que
continuam a sorver dinheiro do erário público sem uma solução estratégica para
cada caso?
No fim da mensagem arremata “Proteger o que já conseguimos
juntos. Não queremos deitar tudo a perder”. Típica frase do eu ou o caos. A do
“conseguimos juntos” não sei a quem se refere. A não ser que seja um a atuar e
os outros a serem assaltados.
Onde esteve a estratégia do governo para resolver o défice de
que enferma? Unicamente do lado da receita sobre o trabalho. Empobrecimento
gradual do país. É uma questão ideológica, está bom de ver. Comunga dos mesmos
princípios de Salazar que também pensava que era a forma do país ser competitivo.
O povo não importa.
Qual a estratégia do país para os países CPLP onde está o
crescimento económico? Agora quer vender a TAP. Não resolve o problema da
empresa com argumentos falaciosos e acha que ao vender, porque a virtude está
no Privado (bom de ver no BPN, BCP, BPP, BES, PT) resolve a asfixia financeira
da empresa a que não pode acudir (porque ideologicamente lhe convém) e ainda
argumenta que a mesma vai ficar com o centro de decisão em Portugal (veja-se o
que aconteceu à CIMPOR e à PT).
PPC podia de facto ter feito muita coisa sem ser por asfixia
dos trabalhadores e pensionistas, mas não fez por convicção ideológica, por
inexperiência e por incompetência. Levou um povo ao charco e, claro, um dia ele
levanta-se, só que não pode arvorar-se ser o responsável por isso. São os
empresários que se estão a virar na internacionalização e centenas de milhares
de trabalhadores que já emigraram a fazer descer estatísticas do desemprego e
despesas sociais. São 400 mil desempregados que já não têm qualquer apoio. Foi
a recusa do TC em cortar mais que fez a economia crescer um pouco o ano
passado. É a baixa voraz do petróleo que está a fazer com que o país pague
milhões de milhões a menos, caso contrário e mais uma avalanche de impostos
estaria a caminho para acabar de vez com o povo.
É um país esfacelado que PPC deixa. Portanto, vir pedir o
voto para “não perder o que conseguimos”? é de uma “lata” indescritível. Faz-me
lembrar o ladrão que rouba os 100 euros a um transeunte e depois chama-o e dá-lhe 10 euros para ele
comer qualquer coisa e depois achar que o transeunte ficou com a sensação que
ganhou 10 euros devido à “bondade” do ladrão .