foto: TVI ( Paulo Sampaio)
António José Seguro e António
Costa fizeram um debate justificativo e recriminatório pelas posições tomadas pelos dois ao
longo destes tempos. O debate deste modo ficou centrado em ataques pessoais, e
não, na discussão de assuntos importantes para os portugueses. O normal
e aconselhável que deveria ser feito por dois candidatos a
primeiro-ministro não aconteceu. Mas aí tiro o chapéu a Seguro que procurou durante todo
o debate provocar António Costa e tirá-lo da sua pose de estadista. Deste modo
foi um debate inesperado estando-se à espera de um passeio de Costa, mas tal não aconteceu, e por vezes viu-se um Costa embaraçado e surpreendido com o novo estilo de Seguro. Deste modo houve um empate técnico.
António
José Seguro acusou António Costa de deslealdade, traição e violar as regras no
PS. Costa tentou evitar este tipo de confronto procurando falar para os
portugueses na construção de uma alternativa.
Viu-se um
Costa mais à defesa pois tudo joga a seu favor e António José Seguro ao ataque
para recuperar o élan perdido pelas recentes eleições internas. Assinalando que um líder que ganha três eleições não pode nem deve
ser contestado. Ninguém compreende isso e é de uma enorme
irresponsabilidade.
Infelizmente
este debate passou porque é que Costa se candidatou só agora e não há três
anos. Porém Costa acha-se nesse direito e por um
imperativo de consciência, porque vê o país num impasse, com um Governo que não
encontra soluções, com uma política de austeridade que fracassou e porque hoje
muitas famílias e empresas vivem numa situação de enorme incerteza.
António
José Seguro que arrumou a casa no PS depois da derrocada com José Sócrates, ganhou três eleições acha-se no direito de ser
candidato a primeiro-ministro.
Foi pena este debate centrado no tu-tu e não na Segurança Social,
Serviço Nacional de Saúde, Educação, Economia e Desemprego. O debate
passou pela justificação perante os portugueses porque são candidatos. Todavia
o importante era apresentarem propostas para serem analisadas pelos portugueses,
de modo, a poderem votar ou não nessas ideias.
Pedro Passos Coelho e Paulo Portas esfregam
as mãos de contentes. Deste modo o PSD/CDS arriscam-se a vencer de novo.
Os portugueses enquanto não se resolver esta divisão e problema dentro do PS
não arriscam a votar PS. Preferem não ir votar.
No próximo debate duvido que não seja mais do mesmo. O PS que tinha tudo para sair vencedor nas próximas eleições legislativas de 2015, arrisca-se a perder ou ganhar mas ferido.
JJ