10/09/2014

Debate Costa / Seguro : empate técnico





foto: TVI ( Paulo Sampaio)
António José Seguro e António Costa fizeram um debate justificativo e recriminatório pelas posições tomadas pelos dois ao longo destes tempos. O debate deste modo ficou centrado em ataques pessoais, e não, na discussão de assuntos importantes para os portugueses. O normal e aconselhável que deveria ser feito por dois candidatos a primeiro-ministro não aconteceu. Mas aí tiro o chapéu a Seguro que procurou durante todo o debate provocar António Costa e tirá-lo da sua pose de estadista. Deste modo foi um debate inesperado estando-se à espera de um passeio de Costa, mas tal não aconteceu,  e por vezes viu-se um Costa embaraçado e surpreendido com o novo estilo de Seguro. Deste modo houve um empate técnico.

António José Seguro acusou António Costa de deslealdade, traição e violar as regras no PS. Costa tentou evitar este tipo de confronto procurando falar para os portugueses na construção de uma alternativa.

Viu-se um Costa mais à defesa pois tudo joga a seu favor e António José Seguro ao ataque para recuperar o élan  perdido pelas recentes eleições internas. Assinalando que um líder que ganha três eleições não pode nem deve  ser contestado. Ninguém compreende isso e é de uma enorme irresponsabilidade. 

Infelizmente este debate passou porque é que Costa se candidatou só agora e não há três anos. Porém Costa acha-se nesse direito e por um imperativo de consciência, porque vê o país num impasse, com um Governo que não encontra soluções, com uma política de austeridade que fracassou e porque hoje muitas famílias e empresas vivem numa situação de enorme incerteza. 

António José Seguro que arrumou a casa no PS depois da derrocada com José Sócrates, ganhou três eleições acha-se no direito de ser candidato a primeiro-ministro.

Foi pena este debate centrado no tu-tu e não na Segurança Social, Serviço Nacional de Saúde, Educação, Economia e Desemprego. O debate passou pela justificação perante os portugueses porque são candidatos. Todavia o importante era apresentarem propostas para serem analisadas pelos portugueses, de modo, a poderem votar ou não nessas ideias.

Pedro Passos Coelho e Paulo Portas esfregam as mãos de contentes. Deste modo o PSD/CDS arriscam-se a vencer de novo. Os portugueses enquanto não se resolver esta divisão e problema dentro do PS não arriscam a votar PS. Preferem não ir votar.

No próximo debate  duvido que não seja mais do mesmo. O PS que tinha tudo para sair vencedor nas próximas eleições legislativas de 2015, arrisca-se a perder ou ganhar mas ferido. 

JJ