Manuel Cruz |
Mas vem agora o actual presidente, Eduardo Vítor Rodrigues, dizer publicamente que a dívida apurada,- em resultado da auditoria interna de que não me atrevo a duvidar, mas que, em minha opinião, deveria ser externa, mesmo com alguns custos para os cofres da Câmara, – atinge os 298 milhões de euros, sendo 196 milhões da actividade da Câmara e 102 milhões das Empresas Municipais.
Não esfregue os olhos, pois esta é a verdade.
Mas o “bondoso” presidente socialista, admite que não sendo uma situação fácil de resolver, também não é o fim do mundo e que não é dramática.
Então o que será? Uma herança apetecida ou uma herança indesejável?
E onde estão os culpados?
Mas o que ainda mais me impressionou foram dois números apresentados:
A Câmara de Menezes gastava, por ano, 180 mil euros em assessorias de imprensa e a Empresa Municipal Águas de Gaia pagava de remuneração a um assessor jurídico, repito,a um assessor jurídico, também 180.000 mil euros.
Fora, claro, as incontroláveis mordomias dos que a elas tinha direito por desempenho de cargo – vereadores, por exemplo - e dos que por serem os “boys” menezianos iam “matando” o tempo pelos corredores de Álvares Cabral e edifícios adjacentes, sem se saber bem o que faziam.
E quando se acusam – e com razão – governantes nacionais de deixarem o país na bancarrota, como se lhes pode assacar responsabilidades quando, à escala municipal se verificam estes exemplos?
A “troika” esteve aí e tentou fazer uma “limpeza” que muito nos tem custado, mas que, quer queiramos quer não, era mais do que necessária para ver se alguém tomava juízo e o país encontrava um rumo mais ou menos seguro.
Mas são exemplos como os que aqui refiro que, em grande parte, contribuíram para o descalabro nacional, ficando os culpados a “saborear” calma e faustosamente os frutos que habilmente “sacaram” dos bolsos de todos nós.