16/05/2014

Notas sobre as eleições



Não é preciso ter uma bola de cristal nem o dom da profecia para perceber pelo sentir que estas eleições vão ter um vencedor destacado- a abstenção. 

A falta de interesse , entusiasmo e vigor são latentes. Os candidatos andam à procura das pessoas e não passam de meia dúzia de gatos. O cenário é confrangedor . Por vezes há mais gente da comunicação social do que interessados em ouvi-los.

Estas eleições europeias podem ter consequências internas  Se a coligação se aguentar poderá estar em causa a liderança do PS e António José Seguro. Se a coligação que apoia o governo tiver uma derrota copiosa será uma agonia até 2015.

Não haverá consequências automáticas mas com toda a certeza leituras políticas . As eleições europeias serão as primárias das eleições legislativas de 2015.

Estas eleições vão fazer uma plebiscito à gestão do governo de Pedro Passos Coelho.

Estas eleições europeias têm sido uma espécie de guerra de heranças  a ver quem foram os culpados pela entrada da troika. Esquecem-se que todos são culpados, uns mais que outros, mas culpados.

Esta campanha tem estado ao ralenti  e limita-se a cumprir calendário . O futebol tem sido rei do interesse e dominado.

Os políticos têm que reflectir sobre isto . Nas últimas eleições legislativas a abstenção foi muito grande. A sua legitimidade é posta em causa pois o maior partido é a abstenção (41,1%) . Votos em branco (2,67% - 148.058 votos) e nulos (1,36% -75.280 votos) .


Pensem que muita gente não vai votar porque não concorda com este sistema político e reprova a forma como se faz política. 

Acrescento que numa era digital não tem cabimento não se poder votar via Net ou telemóvel . Tal não acontece porque custa dinheiro . 


Todavia o maior problema é que a democracia tem muitas lacunas uma delas é o divórcio com os eleitores culpa exclusiva dos políticos, mas os políticos fazem ouvidos de marcador , até um dia...


E, não é obrigando a votar que se resolve este problema , mas sim perceber porque não se vai votar e fazer política que vá de encontro aos abstencionistas e os descrentes.

JJ