Há anos que
um grupo de pessoas vem desejando que o estado financie as escolas privadas e
chamam a esse movimento ”liberdade de escolha”. Em defesa desse sistema
apresentam o caso da Suécia que, a partir da reforma educativa de 1992, passou
a permitir a existência de escolas privadas para o ensino básico e secundário, financiadas
pelo estado, na mesma base de financiamento das escolas públicas. Chamam a
essas escolas “escolas livres” ou “escolas independentes” (em sueco “friskolor”).
São criadas quando há iniciativa local.
Naturalmente, essas escolas livres
que recebem financiamento do estado, na Suécia, estão sujeitas a algumas
condições. Não podem rejeitar qualquer aluno nem podem cobrar quaisquer
propinas. Condições, aliás, que defendi em artigo recente sobre o financiamento
de escolas privadas.
Embora a grande maioria dos estudantes, na Suécia, frequente
as escolas públicas, há já umas centenas dessas escolas livres. Se, nalguns
casos, desejam instalar o mesmo sistema em Portugal, estou de acordo. Mas o
estado dar dinheiro a escolas privadas que escolhem os alunos e cobram
propinas, considero mais uma intolerável protecção aos ricos, à custa dos
pobres. Não tenho qualquer objecção a que haja escolas privadas, a cobrarem
propinas mas, naturalmente, sem receberem dinheiro do Estado.