A electrónica tem hoje nas nossas
vidas uma presença constante em múltiplos aparelhos. Quando os utilizamos na
rotina diária, nem pensamos que todos
eles dependem duma pequeníssima partícula cuja existência era desconhecida
antes de 1897, data em que foi descoberto pelo físico inglês J. J. Thomson,
descoberta pela qual recebeu o Prémio Nobel.
Miguel Mota |
Como se sabe, toda a matéria é
constituída por átomos, pequenas partículas formada cada uma por um núcleo –
onde se concentra a quase totalidade da massa - em volta do qual giram os
electrões, mais ou menos como os planetas giram em volta do sol. O núcleo é
formado por duas partículas, os protões, que têm carga positiva, e os neutrões,
que não têm carga eléctrica. Os electrões têm carga negativa e uma massa mais
de mil vezes menor que a dos protões. (Contava-se que tinha sido descoberta uma
partícula nova, o português, denominada o “pelintrão”, que não tem massa nem
energia).
Uma experiências que eu considero
das mais fascinantes foi realizada pelo físico inglês Rutherford. Bombardeando uma
folha de ouro muito fina com partículas alfa (um conjunto de dois protões e
dois neutrões, ou seja o núcleo do elemento hélio, o gás com que se enchem os
balões, mas sem os seus electrões) verificou que algumas das partículas
saltavam como uma bola de ping pong. Mas a maioria das partículas passava para
lá da folha de ouro, concluindo – contra o que parecia ser uma densa massa –
que os átomos têm mais espaço vazio do que matéria, com a sua massa quase toda
concentrada no núcleo. Tal como Galileu que, ao contrário do que se pensava,
disse que era a terra que girava à volta do sol. Felizmente para Rutherford, os tempos eram outros e não
sofreu as agruras que Galileu sofreu com a sua “heresia”. Em vez disso, recebeu
o Prémio Nobel.
Mas não foi só o electrão que
entrou na nossa vida diária nos tais aparelhos que tornam a nossa vida mais
fácil (ou mais complicada...). Descobertas de há pouco mais de um século e
outras de há menos de um século, também foram importantes. Os telemóveis usam
ondas de rádio; a TAC usa raios X; a ecografia usa ultrassons; os comandos à
distância usam raios infra vermelhos. A Genética tem feito maravilhas na
agricultura e na saúde. Tudo isto se deve à investigação científica.