Miguel Mota |
Mas aquela frase sugere a
pergunta: qual equidade?
O governo gosta muito de usar as
enganadoras “médias” e eu lembro sempre a velha história do frango comido por
uma pessoa enquanto a outra via. A estatística declara que, em média, cada
pessoa comeu meio frango.
Vemos com muita frequência casos
de empregados de privados que se reformam, nalguns casos com pouca idade e com
pouco tempo de serviço, por vezes em part time, cujas pensões de reforma são
muitíssimo superiores às que recebem os pensionistas do estado mais bem
remunerados. Note-se que as empresas públicas – portanto, do estado – funcionam,
para este efeito, como os privados. Porque não cortam nas pensões desses
privilegiados? Porque continuam a esmagar quem tem pouco e a proteger os que
têm muito, alargando cada vez mais o leque salarial? Lembro que o partido
maioritário se chama Social Democrata... (Tal como fez, ainda pior, o PS, nos
últimos seis anos em que governou, com a sua gestão danosa a um tal grau que afundou
o país num profundo pântano. E continua a chamar-se Socialista e consideram-no
“de esquerda” as pessoas que não sabem o que é que esses nomes significam).
Aos deputados (e não só...) das
várias oposições (tal como no tempo da outra ditadura, uma gama de variados
interesses, alguns antagónicos, apenas unidos por estarem contra quem governa)
eu sugiro que exijam ao governo que descrimine os mais de dois terços da
despesa que aparecem no orçamento para 2013 numa única rubrica no Ministério
das Finanças. Era bom saber, em pormenor, para onde vão esses mais de 124 mil
milhões de euros das despesas orçamentadas.