06/08/2013

Os donos de Portugal

Pedro Almeida
Li há dias no Público-online, um comentário de alguém que, a propósito de uma qualquer noticia, afirmava que o Estado Português não tem obrigação de suportar quem está desempregado ou sem rendimentos. Quem não tiver rendimentos, que emigre!

Isto é típico de quem fala de barriga cheia(egoísta e egocêntrico) e que julga que o mal nunca lhe vai bater à porta. Talvez seja politico?

 Mesmo esses, um dia, podem vir a perder o tacho.

A sociedade Portuguesa está inundada de pedantes (não é o mesmo que pedintes) : são alguns que por obra de algum talento, mas muitos outros por obra de compadrios, manobras de corrupção, apropriação indevida de capitais (vulgo roubo), se posicionam num tal pedestal, que julgam ter direito a expressar o seu desprezo pela sociedade  em geral, da qual estão desligados.

Há aquele caso também, do empresário dos cruzeiros do Douro, que pelo facto de ter enriquecido, permitindo-lhe ter os filhos no ensino privado, acha que não devia contribuir para suportar o ensino público em Portugal!

Pois caro sr.  retira a sua fortuna do território português e como tal, é lá que tem de pagar os impostos devidos, de forma à sociedade ser justa e igualitária, em termos de oportunidades.

Porque se não concorda, é o sr. que tem que emigrar e ceder o negócio a alguém, que goste do país.

 Portugal, como qualquer outro país, depende das PME`s, para empregar cerca de 80% da massa trabalhadora. No entanto, há 2 anos que não se ouve falar sequer, em relançar a economia do país. Quanto mais, suportando o maior empregador do território, através de incentivos à empregabilidade e com acesso a empréstimos.. Em lugar disso, dão-se benesses as grandes companhias, perdoes fiscais e permite-se que elas gozem de parcerias com o Estado, em que o ultimo sai sempre prejudicado.

Fala-se em rever a Constituição Portuguesa.

Nenhum governo tem legitimidade para o fazer, sem mostrar capacidade de dialogo com a sociedade. Incluindo a população.

Depois, ter um Justiça que assegure que tudo está a ser acautelado, com igualdade.

Mas excluir os desfavorecidos, não é eticamente, legalmente, nem economicamente correcto.

Quem tem dinheiro, não é o único a ter a palavra.

Que fique com os benefícios da sua riqueza. Mas também com as obrigações para com a sociedade.

Senão, que emigrem.