Mário Russo |
Mas também com a generalidade dos comentadores, que creditaram
o sucesso de tal decisão ao trabalho de Gaspar. Mas que trabalho?
Na verdade o que se passa é que Gaspar não tem estado ao
lado dos portugueses mas sempre alinhado com os credores. Até parece (se não
for) que é um seu empregado. Como tem
aplicado caninamente as medidas que os extremistas da UE têm imposto, com os
resultados desastrosos à vista: um desemprego galopante que pode pôr em risco a
segurança do país, bem como as recentes notícias do agravamento das condições
em Espanha, que aplica receita igual, e o país a raiar a revolta popular, os
extremistas da UE ponderaram a flexibilização e comunicaram isso a Gaspar, que
foi apenas a Bruxelas receber as ordens.
Mas Gaspar, comprovando que está alinhado aos credores,
criticou acidamente o astuto e realista Ministro das Finanças Irlandês (que
defende o seu povo) que quer 15 anos e não os 5 de Gaspar. A petulância de
Gaspar é inaudita, ele que explodiu a economia de Portugal com mais de um
milhão de desempregados, que apenas se foca no défice e mandou as urtigas a
economia e o crescimento para fazer face a este desemprego, que não acertou uma
única previsão, acha-se o depositário do sucesso traduzido nessa medida e
critica um colega que é inteligente e tem sensibilidade.
O único sucesso que se lhe pode creditar é o de ter colocado
Portugal num estado tão lastimável e tão perigoso que até os extremistas
monetaristas da UE se viram na obrigação de inverter as agulhas da receita.Mas, para espanto geral, quer o PM, quer Gaspar, continuam com a sua sanha persecutória e peregrina do empobrecimento ainda maior dos portugueses, sem dar ouvidos ao pungente clamor das ruas. Ao afirmar que não governa com as manifestações, numa manifesta atitude de intransigência e teimosia exacerbadas, revela a sua inteligência e sensibilidade.
O pior é que a situação está prestes a explodir e estes governantes ainda não perceberam.
O Sr. PR não pode fazer discursos, pese embora agora mais claros, de que o Governo não pode ignorar o clamor das ruas, não pode permanecer impávido a ouvir respostas sobranceiras do PM a fazer ouvidos de mercador. Tem de convocá-lo e dar um murro na mesa, ou não é Presidente nem de Junta de Freguesia.