21/03/2013

Professores

O Ministério da Educação informou que os professores com horário zero poderão passar à mobilidade especial. A medida deverá ter efeitos no próximo ano lectivo. O governo já estava em queda livre e agora com esta medida  não se safa. O declínio de José Sócrates começou, quando decidiu  atacar os professores de uma forma desenfreada e violenta.

Agora este governo! Infelizmente há muitos professores com horário zero porque o número de alunos por turma aumentou substancialmente para 27 , 28 anos , quando todos os estudos apontam para um número ideal de alunos por turma, à volta de 22 alunos Depois há professores que têm horário zero por doença , poucos mas são alguns. Depois aumentaram o número de horas lectivas por professor de 22 para 27 horas . Não é preciso ser muito inteligente para perceber mais alunos por turma , mais horas lectivas leva a que não seja necessário tantos professores

Seria preferível chegar a um acordo de princípio para professores com 55 anos ou mais para terem um final de vida de trabalho digna e moral, irem saindo com o mínimo de dor .
Um professor é um trabalhador muito específico que lida com pessoas . São sempre precisos quer na biblioteca , apoio a professores, apoio a alunos , apoio na escola . Tantas cosias que se podem fazer antes de mandar embora.

Agora enviar as pessoas para a mobilidade especial e ficarem a ganhar metade do ordenado ! Isto vai rebentar , não tenho a menor dúvida.

Este governo pratica a selecção natural de Charles Darwin . Adaptando a sua teoria , quem tem emprego torna-o mais apto à sobrevivência e à reprodução bem sucedida, esse descendente e sua prole terão mais chances de sobreviver do que os descendentes sem emprego.

Uma vergonha . O país está virado uns contra os outros : ricos contra pobres ; empregados contra desempregados; novos contra velhos ; empregados contra aposentados; aposentados contra desempregados . E, agora mobilidade especial contra empregados.
Porque cidadãos contra governantes já estão virados uns contra os outros há muito tempo.
 

“(…) Segundo a lei em vigor, os funcionários públicos que estão no regime de mobilidade especial mantêm o salário por inteiro apenas nos primeiros dois meses. Depois, e durante dez meses, passam a receber 66,7% da sua remuneração. Findo este prazo, o salário é reduzido a metade. O Governo já anunciou, contudo, que vai rever esta lei. O FMI propôs no seu relatório sobre a reforma do Estado que a permanência neste regime não deverá exceder um período de dois anos, findo o qual o trabalhador pode ser despedido. (…)”

JJ