Valdemar F. Ribeiro |
AS NOVAS LIDERANÇAS NO MUNDO
Desde os primórdios
de sua existência ,
os seres humanos na
sua grande maioria ,
têm a necessidade
de lideranças ,
muitas vezes nascidas
pelo desejo de
dominação e pela imposição da
força bruta e
não pela razão .
As lutas pela
posse das melhores
terras para caçar
e morar deram
origem às guerras
e estas necessitam
de quem as
comande ou seja
uma maioria obedecendo
a uma minoria
que ordena e impõe sua força
bruta , física ou
psíquica .
Quando as guerras
surgiram nos primórdios
, a força
bruta era necessária
principalmente porque as
armas utilizadas eram
pesadas e as
distâncias a percorrer
a pé ou
à cavalo eram
longas e desgastantes
e os perigos
físicos eram grandes e
reais .
Estas condições físicas
difíceis permitiram ao
homem adulto , animal
geralmente com mais força
física do que
a mulher ,
impor-se e dominar
assumindo a liderança
do grupo integrado
por homens ,
mulheres , crianças
e idosos.
Hoje em dia
sabe-se que os
líderes que utilizam
a força bruta
, física ou psíquica , para
se imporem não são
os mais sapientes e basta observar
os modos de
vida , os
gostos , o lazer ,
os modos de
estar e ser
dessas lideranças .
Essas lideranças brutas
são o pilar na
continuação das guerras
pois desenvolveram em
si o espírito
de poder como
fim .
O poder pessoal ,
como fim , determina
a necessidade de
liderados “dominados” para a
manutenção desse poder
.
Por sua vez
os liderados desenvolvem em
si esse poder
pois o chefe
transmite ao seu
subordinado seu modo
de ser embora
em escala menor
.
No seu cargo hierárquico
inferior mas de
comando ou no seu pequeno
mundo familiar o
subordinado exerce seu
pequeno poder ,
muito para ele
, gerando-se assim
um circulo vicioso
em que liderados
sustentam os líderes
e vice-versa ,
um precisa do
outro para existir .
As organizações precisam
de crentes e
quantos mais crentes
mais considerada é
a “verdade” pregada
mas e se não houver
crentes para as
supostas verdades ?
Nas sociedades aonde
a maioria dos indivíduos têm
em si esse
espírito de poder
como fim ,
só pela imposição
do medo através
da força bruta
ou subtil, leis
com castigos ,
ameaças , etc.
, é possível
criar uma certa
ordem exterior social
pois de outro
modo seria o caos
.
O poder quando é exercido
como um fim ,
e é o caso
na maioria dos países com suas
democracias regidas por grupos de
partidos , tudo faz
para manter os benefícios
desse poder e
dominar mas esse poder não é o mais inteligente e criativo nem
se fundamenta num
desenvolvimento sustentado .
Tanto é assim ,
que o resultado após estes anos
de democracias tecnológicas
é um cada vez maior desequilíbrio social
e ambiental .
Como consequência disso ,
com o domínio cada vez maior
das tecnologias e
da informação on-line , os
cidadãos mais novos caminham
para um processo de mudanças radicais nas lideranças e vão expurgando muitos
dos “mais velhos” .
Os resultados desastrosos sociais e ambientais
gerados pelos cidadãos “mais velhos” , líderes
e liderados , são
cada vez maiores e não
resta aos mais novos senão uma reacção radical assumindo
lideranças .
Estas mudanças de lideranças nascem
não porque os mais
jovens sejam mais
sapientes do que os mais velhos mas
simplesmente porque uma maioria
dos mais novos ,
em geral , dominam
mais rapidamente as novas
tecnologias e mais
rapidamente estão dispostos às
novas mudanças de
atitude necessárias para
enfrentar as dificuldades
actuais .
Também há “ mais
velhos” capazes e
sapientes que dominam
as novas tecnologias
e têm uma
nova atitude , no passado e
no presente .
Todas as
sociedades humanas têm
necessidade de lideranças mas
estas devem desenvolver-se através
de um espírito de
colaboração sapiente e os
partidos devem ser Instituições que
exercitam o poder
como um meio de
transformações que beneficiem
a todos e não
como um fim pessoal ou
do grupo .