Pedro Passos Coelho e o seu ministro das Finanças, o verdadeiro guru do Governo, tem uma ideologia de direita ultra liberal e confessa uma religião para a qual a nossa passagem pela terra é para espiar os nossos pecados.
Pela ideologia está a impor o terror e medo junto do povo português. A ordem é assustar e desassossegar todos até ao limiar do pânico, de modo que em pouco tempo os trabalhadores portugueses aceitem salários 50% inferiores aos que auferiam, porque já será uma bênção. Sempre é melhor receber 50 ou 60% de salário que nenhum e nenhum apoio ou subsídio.
Portugal será uma China na Europa e quem ganha são os multimilionários donos das empresas, muitas delas vendidas a preço de saldo e ainda com desconto de 50% ou até vendidas quase a preço simbólico, como tentou PPC passar a TAP. Pensa que assim o país será competitivo.
Mas também é uma profissão de fé religiosa. A Terra é o lugar de purgatório, para espiar-se os pecados e por isso ele doseia a penitência. Só que os pecados são apenas dos trabalhadores. Basta ver o discurso miserabilista de que os portugueses viveram acima das suas possibilidades, geralmente dita por gente que vive bem, muito acima do que poderia, caso não fosse as teias de interesses político-económicos em que estão envolvidos.
O novo OE 2013 é uma manta de retalhos sem estratégia definida para o país, pese embora servia os interesses deste Governo em afundar o país no desespero.
As lideranças europeias são de igual calibre de opinião e a razão do fracasso do rumo que leva a economia europeia em direção ao abismo. A liturgia é a mesma e por isso estamos assim.
PPC não será mais o PM de Portugal dentro de pouco tempo. Acabou a sua aventura, sem dó nem piedade. Mas antes, levará milhares de portugueses à verdadeira loucura. Será lembrado como o tsunami que destruiu Portugal. Comete a façanha de destruir literalmente um país que se manteve coeso durante 9 séculos. Por isso ficará no Guiness Book.
Paul Krugman, um economista que a par de Nouriel Roubini, outro emérito economista, têm acertado todas as previsões já há uma década, diz: … Pessoas Muito Sérias (que por uma série de razões esqueceram-se das lições da história e a validade das análises económicas de várias gerações substituindo esse conhecimento arduamente conquistado por preconceitos ideológicos e politicamente convenientes), puseram de lado a máxima central de Keynes: “a altura certa para a austeridade é o tempo de fartura e não de recessão”. E remata dizendo: “Agora é altura certa do governo gastar mais, e não menos, até que o setor privado esteja pronto a voltar singrar a economia”.
De facto hoje vive-se, segundo Krugman, uma situação igual à que Keynes identificou e descreveu em 1930. Mas não aprendemos.
Porque Pedro Passos Coelho acredita num incompetente aprendiz de feiticeiro que nada demonstrou ou geriu até hoje e é um impreparado, como diz D. Manuel Martins, Bispo Emérito de Setúbal, e não em Economistas com E maiúsculo?
Mário Russo |
Quem viver, verá.