
2.Não basta ter conhecimentos
técnicos para exercer funções governativas, e ser aquilo que no vulgo se diz
“ser competente”. É necessário, a meu ver, ter uma certa maturidade e prudência
e isso só se adquire com os anos.
3.Pela informação já colhida,
tanto o Governo de Espanha como o actual, de Portugal, reunido, hoje no Porto,
ambos declararam publicamente que o único caminho, é a austeridade.
4. Evidentemente, o Sr. Rajoy,
teria que assumir esse caminho publicamente, até porque dado o pouco tempo que
está à frente dos destinos de Espanha, não lhe restava outro caminho seguir
esse objectivo, porque serve a sua política neste momento. Contudo, quem
estiver um pouco atento, ele teve a coragem de enfrentar a União Europeia e
dizer que não iria cumprir o défice imposto pela Comissão Europeia, mas sim o
défice indicado por ele.
5. Por outro lado estas
declarações – refiro-me à austeridade – teriam que ser expressas em Portugal,
porque, além de ser visitante, Espanha é credora duma dívida consubstancial,
resultante das relações comerciais com Portugal. Não esquecer que Portugal
poderá daqui mais uns anos voltar a ser, no futuro, um possível “santuário”, mais
robustecido pela ETA. Não interessava a Espanha ser desagradável para com o
anfitrião.
6. Lembro-me, há uns anos a esta
parte, nas negociações que Portugal encetou, na Galiza, sobre a pesca, o líder
da cimeira, era a filha de Fraga Iribarne. Dada a intransigência manifestada
por esta na cimeira e prever-se “um desastre”, foi substituída à última hora
por outro elemento. Informação que correu, na altura, em Espanha, era ceder,
porque em contrapartida, Espanha iria ser compensada na “invasão económica” que
lentamente estava a ser efectuada em Portugal.
7. Por cá, continua a política
severa de austeridade. Julgo, a meu ver, que é necessário, adoptar uma nova
postura na condução do Pais. O PS publicamente vem dizendo que é necessário
caminhar no desenvolvimento e na criação de emprego. O Governo na Cimeira
voltou a acentuar mais uma vez a “austeridade”.
Ele vem rejeitando todas as
propostas do PS. O líder parlamentar do PSD tomou, ainda hoje, a iniciativa, de
pedir ao PS, para se juntar a ele, sobre a análise aprofundada sobre o emprego.
O Ministro das Finanças, falou, há pouco, ser possível vir a baixar os
impostos. Tenho na minha frente a informação que “há 25 mil milhões fora da
dívida pública oficial” O Eurostat fala “em passivos contingenciais”.
9 Acrescenta-se também que o Sr. Van Rompuy analisou, hoje, em Paris com o
Sr. Hollande a estratégia de activação do crescimento económico…
10. Se não for assim entendido,
estamos caminhando na senda da Grécia…
11. Pergunta-se: Porque
esperamos? Chegou o momento duma “reflexão”, antes que seja tarde…
António Augusto Ramos Calhau