10/05/2012

“A DITADURA DA TEIMOSIA”




1.Apesar ter escrito recentemente um artigo para este blogue, não esperava vir já com um novo artigo. Atendendo à informação intensa que fluiu nestes últimos três dias, não resisti à tentação de “exercer o meu direito de cidadania” e transmitir as minhas ideias, não impondo nada, mas trazer à ribalta uma certa experiência vivida ao longo dos anos, idade superior à maioria dos elementos que compõem este elenco Governativo.

2.Não basta ter conhecimentos técnicos para exercer funções governativas, e ser aquilo que no vulgo se diz “ser competente”. É necessário, a meu ver, ter uma certa maturidade e prudência e isso só se adquire com os anos.

3.Pela informação já colhida, tanto o Governo de Espanha como o actual, de Portugal, reunido, hoje no Porto, ambos declararam publicamente que o único caminho, é a austeridade.  

4. Evidentemente, o Sr. Rajoy, teria que assumir esse caminho publicamente, até porque dado o pouco tempo que está à frente dos destinos de Espanha, não lhe restava outro caminho seguir esse objectivo, porque serve a sua política neste momento. Contudo, quem estiver um pouco atento, ele teve a coragem de enfrentar a União Europeia e dizer que não iria cumprir o défice imposto pela Comissão Europeia, mas sim o défice indicado por ele.

5. Por outro lado estas declarações – refiro-me à austeridade – teriam que ser expressas em Portugal, porque, além de ser visitante, Espanha é credora duma dívida consubstancial, resultante das relações comerciais com Portugal. Não esquecer que Portugal poderá daqui mais uns anos voltar a ser, no futuro, um possível “santuário”, mais robustecido pela ETA. Não interessava a Espanha ser desagradável para com o anfitrião.  

6. Lembro-me, há uns anos a esta parte, nas negociações que Portugal encetou, na Galiza, sobre a pesca, o líder da cimeira, era a filha de Fraga Iribarne. Dada a intransigência manifestada por esta na cimeira e prever-se “um desastre”, foi substituída à última hora por outro elemento. Informação que correu, na altura, em Espanha, era ceder, porque em contrapartida, Espanha iria ser compensada na “invasão económica” que lentamente estava a ser efectuada em Portugal.   

7. Por cá, continua a política severa de austeridade. Julgo, a meu ver, que é necessário, adoptar uma nova postura na condução do Pais. O PS publicamente vem dizendo que é necessário caminhar no desenvolvimento e na criação de emprego. O Governo na Cimeira voltou a acentuar mais uma vez a “austeridade”.
Ele vem rejeitando todas as propostas do PS. O líder parlamentar do PSD tomou, ainda hoje, a iniciativa, de pedir ao PS, para se juntar a ele, sobre a análise aprofundada sobre o emprego. O Ministro das Finanças, falou, há pouco, ser possível vir a baixar os impostos. Tenho na minha frente a informação que “há 25 mil milhões fora da dívida pública oficial” O Eurostat fala “em passivos contingenciais”.

 8. Fala-se outra vez no aumento do “Iva” e corte nos “benefícios fiscais”. Se há mais austeridade, julgo não ser possível, exigir sempre aos mesmos. Ao rendimento do trabalho, à classe pobre (classe média transformada em pobre) e à classe mais pobre. Onde estão os cortes nas “gorduras do Estado” e “nos consumos intermédios”? Em nossa opinião, julgo que chegou o momento, dos partidos do Governo mostrarem, um pouco mais de humildade, porque “ELES” não são senhores da “VERDADE TOTAL”.  

9 Acrescenta-se também que o  Sr. Van Rompuy analisou, hoje, em Paris com o Sr. Hollande a estratégia de activação do crescimento económico…  

10. Se não for assim entendido, estamos caminhando na senda da Grécia…

11. Pergunta-se: Porque esperamos? Chegou o momento duma “reflexão”, antes que seja tarde…

António Augusto Ramos Calhau