12/04/2012

O recado de PPC diretamente de maputo

Pedro Passos Coelho deu uma entrevista diretamente de Maputo e realçou o esforço que Portugal está a fazer, justificou os cortes dos subsídios aos funcionários públicos e porque é que não podem ser repostos antes de 2015, com o argumento de que o orçamento é preparado um ano antes e seria um mau exemplo aos mercados repor os subsídios estando ainda o país a viver com assistência financeira externa.
Disse que a reposição depende do estado da economia e que serão repostos logo que possível.
O argumento não colhe e o jornalista não teve rasgo para perguntar se ainda recentemente foi aprovado um orçamento retificativo, porque é que se o país tiver condições em 2014, não faz um orçamento retificativo e repõe o confisco?

Os cortes só agravam a recessão. A flexibilização do despedimento selvagem com o argumento de potenciar mais emprego é uma falácia em tempos de contração da economia. Vai despedir-se mais gente e não se criam novos postos de trabalho. Se fosse em fase de expansão da economia eu calava-me. Assim não estou a ver como criar emprego. Só vai agravar.

A impossibilidade de novas reformas antecipadas, legítimas, impede o acesso dos jovens a emprego. O seu anúncio após a promulgação em DR deixa o governo e o PR manchados. É o Estado de Direito e a democracia em causa. Não podemos confiar num Governo e num PR que se comportam como se estivessem na clandestinidade.
O anúncio de que não há garantias de acesso aos mercados, feita na Alemanha é um tiro no pé. O anuncio patético de entrada nos mercados a 23 de Setembro de 2013 é outro tiro no pé.

São demasiados e graves os comportamentos de quem se apresentou ao povo dizendo que é pela verdade e que dizia cobras e lagartos de Sócrates por ser um troca-tintas. Tem feito o contrário do que prometeu. Pelos vistos não passamos disto em termos de governação.
Ou como dizia Manuel Pina há dias. Para quê ter um “DIA DAS MENTIRAS”, quando temos profissionais da mentira todo o ano, os políticos e alguns “mass media”? Deveria haver, pelo um, que fosse apenas um, DIA DA VERDADE.

Mário Russo
*escreve ao abrigo do novo AO