Há exactamente um ano, milhares de pessoas saíram à rua em várias cidades para protestar contra a precariedade, o desemprego e com a esperança de um futuro melhor. A manifestação de 12 de Março foi convocada através das redes sociais, direccionada para a chamada geração à rasca - jovens, com formação, desempregados ou com trabalhos precários.
Porém com um inusitado aproveitamento da ideia , outras pessoas , velhos , aposentados,e até os partidos políticos principalmente da oposição associaram-se ao protesto. No fundo os portugueses quase todos sairam á rua ou fizeram-se representar.
Porém ,a quem de direito: os nossos governantes e políticos fizeram ouvidos de marcador e procuraram ignorar tal iniciativa.
Infelizmente este protesto não teve consequências por aí além,há mais desemprego ,precariedade , etc. Funcionou como um aviso, mais nada, o medo domina a sociedade portuguesa
A opinião das pessoas não conta ,as pessoas não se sentem escutadas. Daí, um cada vez maior afastamento da vida pública e desinteresse pela política
Por outro lado , os políticos não têm respostas para os problemas dos seus cidadãos.
Uma das formas que está nas mãos e na cabeça dos cidadãos, será no futuro votar de outra forma , e não sempre nos mesmos partidos. Outra, será exigir nesta altura de desemprego a impossibilidade de poder-se acumular mais do que um emprego para dar possibilidade a outros.
E, para mim a mais importante , quando se inicia um processo de luta ou protesto , deve-se ir avante com ele , sem expectativa de terminar , até que o poder ceda . Esse exemplo vem-nos da primavera árabe .
Fazer um protesto de um dia , não funciona e não tem consequências . Essa forma de luta com este tipo de poder não funciona , não há resultados , ilações e efeitos práticos.
Um processo de indignação só deve findar quando houver cedências , de outro modo é contraproducente protestar. Fica-se com a ideia que é uma luta inglória e faz de conta, no fundo não vale a pena.
É que protestar dá muito trabalho e cansa...
Os governantes assobiam para o ar , afirmam a legitimidade democrática do protesto , mas não percebem os sinais dos cidadãos. Os cidadãos estão à rasca e não conseguem pôr os governantes à rasca.
No fundo temos um país à rasca com gente rasca.
JJ