05/02/2012

Partido Socialista

O PS vai rever os seus estatutos , procurar redefinir-se e dar ares de modernidade.Porém o problema do PS é a lenda Sócrates em que teve das maiores vitórias do partido, mas também das maiores derrotas , a última íngreme e estrondosa nas eleições legislativas, há sete meses. O PS em tempo de crise ainda não sabe muito bem o que é e o quer ser. Está em causa o futuro político do PS , as suas divergências internas com coligações negativas é um handicap . O PS deixou de ser um partido de governo e de maiorias. António José Seguro procura ser ele mesmo, mas tenho dúvidas se o vai conseguir fazer , tem uma tarefa angustiante , árdua e gasta muita da sua energia a fazer esforços para conter o descontentamento do sentimento de orfandade de muitos socráticos e o cepticismo de outros tantos.
Está em causa a sua trajectória política e tem que apresentar rapidamente soluções políticas para a crise do país. No PS , António José Seguro pensa que a chave da saída para um PS mais forte , está na sua refundação e inovação sobre determinadas princípios de democracia interna. A autocrítica sobre o que realizou o seu partido recentemente , enquanto governo é assunto esquecido , o que é um erro, não querendo hostilizar os seus adversários internos . Para o exterior pretende oferecer uma alternativa de esquerda passando pela social democracia , contra a recessão económica e erigir-se quanto antes ,como uma oposição útil e firme contra o governo de Pedro Passos Coelho. António José Seguro luta por uma renovação genérica e uma redefinição ideológica . É necessário que tenha um projecto credível que recupere a confiança dos cidadãos e não correr o risco de cair na irrelevância.
A rapidez com que o governo de Pedro Passos Coelho abordou a crise com cortes e mais cortes , não os tendo mencionado na campanha eleitoral , oferece uma grande possibilidade de oposição.
António José Seguro tem que fazer ver aos portugueses que com esta obsessão pela austeridade e esquecendo o crescimento , Portugal não vai a lado nenhum. Que o tempo de Sarkozy e Merkel está a terminar , com eleições em França e na Alemanha , os dois vão ser apeados do poder. Em Maio Sarkozy vai à sua vida e depois segue-se Merkel. António José Seguro , se chegar ao poder deve exigir modificações nas condições impostas pela Europa, ninguém pode dizer que não haverá eleições antecipadas .Mas por ora deve exigir um pacto para o crescimento. O futuro de Seguro passa por apresentar saídas para a crise.

JJ