É horrível, admito, ver um texto de acordo com o acordo. Saltam aos olhos imensos erros e é com muito desgosto que aceitamos. Todas as alterações às nossas zonas de conforto, todas as mudanças custam. Há uns anos tiraram-nos os acentos graves (só existem nas contrações), depois tiraram-nos alguns circunflexos (odeio ver voo e enjoo sem acento, parece estrangeiro dois ós seguidos), mas já estou adaptada. Claro que os corretores (anteriormente correctores) ortográficos dos computadores nos ajudam imenso, mas à mão tudo é mais difícil.
O que me custa:
No geral muitas palavras tornarem-se homófonas porque agora sem a consoante para abrir a vogal anterior podem ser lidas da mesma forma por um leitor mais descuidado;
Alguns exemplos:
Espetador no lugar de espectador (atitudes e funções claramente distintas);
Recessão poder confundir-se com receção (o que sabemos ser importante não confundir nos tempos de hoje);
Ata no lugar de acta (esta além de homófona passa a ser homógrafa);
Também me custa ter passado de Directora a Diretora de um dia para o outro, mas há coisas piores e se, como dizem, isto reforçará a coesão da língua portuguesa por essa causa darei o meu melhor.
O Continente nem força tem para dirigir a Madeira, quanto mais para decidir acerca da evolução de uma língua que é mais falada na américa e em áfrica que aqui na nossa terrinha. Já agora será que o nosso governo que nomeou Vasco Graça Moura para o CCB tem poder para lhe exigir que cumpra o acordo, ou aceita esta atitude d’enfant terrible só porque é artista?
Manuela Vaz Velho
*novo acordo ortográfico
O que me custa:
No geral muitas palavras tornarem-se homófonas porque agora sem a consoante para abrir a vogal anterior podem ser lidas da mesma forma por um leitor mais descuidado;
Alguns exemplos:
Espetador no lugar de espectador (atitudes e funções claramente distintas);
Recessão poder confundir-se com receção (o que sabemos ser importante não confundir nos tempos de hoje);
Ata no lugar de acta (esta além de homófona passa a ser homógrafa);
Também me custa ter passado de Directora a Diretora de um dia para o outro, mas há coisas piores e se, como dizem, isto reforçará a coesão da língua portuguesa por essa causa darei o meu melhor.
O Continente nem força tem para dirigir a Madeira, quanto mais para decidir acerca da evolução de uma língua que é mais falada na américa e em áfrica que aqui na nossa terrinha. Já agora será que o nosso governo que nomeou Vasco Graça Moura para o CCB tem poder para lhe exigir que cumpra o acordo, ou aceita esta atitude d’enfant terrible só porque é artista?
Manuela Vaz Velho
*novo acordo ortográfico