20/01/2012

Qualidade da democracia e os portugueses

Um estudo dado a conhecer agora, A Qualidade da Democracia: a Perspectiva dos Cidadãos da autoria de António Costa Pinto e Pedro Luís de Sousa e Ekaterina Gorbunova, mostra que a insatisfação com a democracia está a aumentar - só 56% acreditam que a democracia é o melhor sistema político.O pior defeito da democracia é o chamado «picos de cidadania» , em que as pessoas vão votar e pronto já está. Esquecem-se que depois há um trabalho constante de informação e questionar quem elegemos, daí o voto é uma maneira muito naif de participar. O voto é uma maneira muito pobre de saber-se o que as pessoas querem e desejam.A sociedade civil deve funcionar como contrapeso em relação às decisões políticas. Actualmente há várias maneiras de nos fazermos ouvir , em redes sociais, clubes de reflexão, movimentos , etc. A Internet tem sido a nossa salvação contra o sistema político hermético, muito pouco permeável e recomendável.Os partidos políticos são muito pouco flexíveis para incorporar a voz da cidadania. A democracia carece de contrapesos, de formas e fórmulas de controle, de transparência , de participação de cidadania.Os partidos têm que ser revistos, está na hora e no momento da sociedade civil. A falta de confiança e respeito nos políticos deve-se aos seus exemplos pouco edificantes. O exemplo do nosso poder tem que ser igualado pelo poder do nosso exemplo. As instituições públicas devem estar ao serviço das pessoas e não ao serviço de interesses e objectivos particulares e partidários.
Os protagonistas tem que ser os cidadãos com as suas exigências, essa é a forma de lutar contra o desinteresse , os cidadãos acreditam cada vez menos nos políticos , sendo prova disso a fraca participação em actos eleitorais.Como diz Michel Maffesoli, «o político é o contrário da democracia». Esta saturação e insurgência contra os partidos e lideres partidários pode levar à ruptura. O Clube dos Pensadores procura ser uma espaço de activismo cívico e uma nova forma de participação cívica , procurando aproximar os eleitos dos eleitores, não deixando de escrutinar, fiscalizar e verificar o que se faz em Portugal. Questionar o poder, pensar por ti mesmo, ser livre,não ter medo de actuar.


JJ