17/12/2011

Pedro Passos Coelho e as pensões de reforma

Pedro Passos Coelho afirmou ao Correio da Manhã , em entrevista,que dentro de 20 anos, o valor das pensões seja cerca de metade do que foi pago em 2007.

Defendeu a existência de um limite máximo de pensão e sugere que a perda seja compensada pelos contribuintes com recurso a Planos Poupança Reforma.

Uma perda relacionada com o factor de sustentabilidade, que é um mecanismo que associa a idade de reforma à esperança média de vida.

Em 2012, por exemplo, quem se reformar com 65 anos, sofrerá um corte de 3,9% ou terá que trabalhar mais 4 a 12 meses para conseguir pensão completa.

Vamos lá ver se nos entendemos alguém que continue a trabalhar e tenha actualmente 45 anos , quando tiver 65 anos ( daqui a 20 anos) terá uma pensão que será metade do seu salário. Em termos práticos tem um vencimento , por exemplo,de 1500€ e receberá de reforma 750€ .

Pedro Passos Coelho verdade seja dita não mente, e é muito bom a informar as pessoas da real situação das contas públicas . Mas está enganado,

Pedro Passos Coelho foi eleito para primeiro-ministro de Portugal para procurar com imaginação e criatividade resolver os problemas dos portugueses e ser justo. Não foi eleito para chefe de turno encarregado de dar ordens que lhe forem entregues.

Em Portugal não pode haver cidadãos de primeira - até 2005 e cidadãos de segunda - até 2010 e por fim cidadãos de terceira - a partir de 2010 e cidadãos de quarta com a idade de reforma a passar para os 68 anos.

Tem que se rever o que está para trás para aliviar quem está para a frente. Não podemos encolher os ombros e dizer o que está feito está feito. Está feito mas está mal feito e devemos remediar o mal.

Tem que haver um plano de ajustamento das reformas , é inadmissível alguém que fez descontos por 2000 euros e porque exerceu um cargo de chefia nos dois últimos anos antes de reformar com o vencimento de 3000 euros , venha reformado com o valor de 3000 euros e não com o cálculo da sua contribuição para a segurança social.

O que Pedro Passos Coelho sugere deverá ser aplicado a quem entra agora no mercado de trabalho , desta forma saber com o que pode contar no futuro. Não pode dizer a alguém que sempre fez descontos e cumpriu com as suas obrigações fiscais e descontos - meu amigo o Senhor só vai receber metade da sua pensão. Isto é de loucos! Deve haver uma período de transição alargado , de modo a não prejudicar quem está na parte final da sua carreira contributiva, perto dos 50 anos ou mais.

Este ponto para mim é inquestionável! As pessoas que se reformaram antes de 2005 , não só se reformaram antes dos 60 anos ( público) como tiveram este tipo de benesses.

O que proponho é rever essas pensões já atribuídas e permitir a quem esteja no limiar de pedir a reforma , com 55 anos ou com mais de 30 anos de descontos , haja um período de transição claro , correcto e maleável.Em relação a pensões elevadas , nada tenho contra , se fez descontos ao longo da carreira contributiva para a Segurança Social ou Caixa Nacional de Aposentação deve ter direito a ela.

O que não é correcto é auferir uma pensão elevada e não ter feito descontos equivalentes a essa pensão e ter-se reformado muito antes da idade legal de reforma , até 2005 - 60 anos , agora 65 anos e no futuro mais de 65 anos. Não pode ser