Os portugueses vão ter um ano de 2012 e seguintes verdadeiramente turbulentos, mas a maioria não sabe ou ainda não se apercebeu. Em 2011 o governo só anunciou medidas, todas no mesmo sentido: cortes, cortes e impostos sobre impostos. Do lado das reformas nada, ou pouco. Medidas que não suportam o alavancar da economia.
Medidas nos antípodas das promessas de campanha. A crítica, certa, a Sócrates, que tinha a obsessão pelo défice com os seus PECs, serve inteiramente a este governo de jovens bem-intencionados, excessivamente tecnocratas, insensíveis, que reduzem a governação a uma gestão empresarial.
É certo que Portugal nos últimos 20 anos fez o que não deveria ter feito: esbanjar recursos e executar obra de que não precisava, apenas para alimentar clientelas. Agora vem a conta e o país não tem rendimento para saldar os compromissos. É o que se pode chamar de incompetência, irresponsabilidade e novo-riquismo de pobretanas, num percurso rápido para o completo descrédito. Não gostamos da situação, mas é a verdade. Os portugueses estão a ser catalogados como gastadores e esbanjadores.
Precisamos de inverter este verdadeiro epitáfio. Muito passa pela competência do governo, que deve apresentar um programa de reformas em toda a linha, que inclua medidas para alavancar a economia e não apenas medidas de definhamento e empobrecimento. Portugal precisa de um governo competente que saiba convencer e provar aos mercados o que vai fazer para honrar os compromissos, sem esquecer as pessoas. Coisa que está longe de se concretizar.
O governo está querer ser bom aluno executando o que a troika impõe, não se apercebendo que está a transformar o país em cobaia de experiências jamais postas em prática.
O próximo ano será o que se sentirá o conjunto das medidas draconianas anunciadas e aí não sei se a passividade do povo vai continuar. E é um perigo no ar.
O governo está convencido que está a trabalhar bem, vendendo ao desbarato a riqueza que o país possuí para tapar buracos a qualquer custo. Agora são chineses a adquirir uma jóia da coroa, gabada pelo ministro das finanças como uma boa medida, que me faz rir.
Portugal vai ficar sem património, sem receitas desse património, sem estratégia internacional, sem centros de decisão e não vai resolver os problemas que tem. Acho que medidas deste calibre não podiam ser tomadas por uns senhores que se julgam sábios (ou deuses?). Estão a perpetrar roubos aos portugueses, na convicção de que podem fazer tudo sem os consultar. Se a sua convicção ideológica estiver errada, quem os responsabilizará? Bastará perderem eleições, ou devem ser julgados em Tribunal pelos danos causados ao país e aos portugueses?
Deixo esta pergunta.
Mário Russo
Medidas nos antípodas das promessas de campanha. A crítica, certa, a Sócrates, que tinha a obsessão pelo défice com os seus PECs, serve inteiramente a este governo de jovens bem-intencionados, excessivamente tecnocratas, insensíveis, que reduzem a governação a uma gestão empresarial.
É certo que Portugal nos últimos 20 anos fez o que não deveria ter feito: esbanjar recursos e executar obra de que não precisava, apenas para alimentar clientelas. Agora vem a conta e o país não tem rendimento para saldar os compromissos. É o que se pode chamar de incompetência, irresponsabilidade e novo-riquismo de pobretanas, num percurso rápido para o completo descrédito. Não gostamos da situação, mas é a verdade. Os portugueses estão a ser catalogados como gastadores e esbanjadores.
Precisamos de inverter este verdadeiro epitáfio. Muito passa pela competência do governo, que deve apresentar um programa de reformas em toda a linha, que inclua medidas para alavancar a economia e não apenas medidas de definhamento e empobrecimento. Portugal precisa de um governo competente que saiba convencer e provar aos mercados o que vai fazer para honrar os compromissos, sem esquecer as pessoas. Coisa que está longe de se concretizar.
O governo está querer ser bom aluno executando o que a troika impõe, não se apercebendo que está a transformar o país em cobaia de experiências jamais postas em prática.
O próximo ano será o que se sentirá o conjunto das medidas draconianas anunciadas e aí não sei se a passividade do povo vai continuar. E é um perigo no ar.
O governo está convencido que está a trabalhar bem, vendendo ao desbarato a riqueza que o país possuí para tapar buracos a qualquer custo. Agora são chineses a adquirir uma jóia da coroa, gabada pelo ministro das finanças como uma boa medida, que me faz rir.
Portugal vai ficar sem património, sem receitas desse património, sem estratégia internacional, sem centros de decisão e não vai resolver os problemas que tem. Acho que medidas deste calibre não podiam ser tomadas por uns senhores que se julgam sábios (ou deuses?). Estão a perpetrar roubos aos portugueses, na convicção de que podem fazer tudo sem os consultar. Se a sua convicção ideológica estiver errada, quem os responsabilizará? Bastará perderem eleições, ou devem ser julgados em Tribunal pelos danos causados ao país e aos portugueses?
Deixo esta pergunta.
Mário Russo