O futuro infelizmente é uma incógnita para "nós", jovens que estamos a tentar demonstrar o nosso valor e vemos frequentemente serem-nos colocadas barreiras, através de métodos pouco claros e muitos deles cúmplices de uma legislação que favorece as grandes empresas e afunda os pequenos e médios empresários.
Na designada baixa de Coimbra é notória a progressiva extinção do comércio tradicional, que é progressivamente abandonado, em detrimento das grandes superfícies comerciais ou das lojas chinesas.
É muito difícil as nossas empresas têxteis e de calçado poderem competir com os produtos oriundos dos países do Sudeste Asiático. Ontem fui à Decathlon e pude constatar, que quase 100% dos produtos, têm origem nos países atrás mencionados. Enquanto não houver uma política global que regule as importações e estipule regras que definam que os produtos não podem ser produzidos por crianças, ou as condições de trabalho têm de ser condignas com a dignidade humana, o que não acontece como todos nós sabemos., é impossível que os nossos produtos possam ser competitivos.
As nossas empresas têm de fazer face um conjunto de adversidades externas para conseguirem sobreviver. A aposta na inovação e na qualidade poderão ser saídas , no entanto é muitas vezes necessário lutar contra as burocracias e dificuldade notória no acesso ao crédito.
A minha geração e as subsequentes, vivem uma situação em que têm de se adaptar ao conceito da "precariedade", onde o mérito e o rigor são muitas vezes desvalorizados em detrimento do designado clientelismo. Nos dias que correm já não basta ser bom é preciso conhecer bens os meandros do sistema para que consiga entrar e lá permanecer.
Eu próprio já troquei ideias nas familiares tertúlias de café ou de família, onde referi a "impreparação" da minha geração para a austeridade que aí vem. Fomos mal habituados, tivemos um acesso fácil a tudo e agora achamos que não temos capacidade de nos adaptarmos às vicissitudes da designada crise financeira Global. Sinto que a educação e aquisição de um curso superior é sempre uma mais valia. No entanto, é necessário percebermos e adaptarmo-nos às contingências actuais e e em vez de percorrermos um caminho, indo directamente para aquilo que sempre ambicionámos, temos de nos sujeitar a outras tarefas ou trabalhos. Mais do que nunca precisamos de acreditar nas nossas capacidades, termos um bom suporte familiar, e arrisquemos num caminho, onde a probabilidade de falhar está sempre presentes.
Actualmente, ao contrário do que acontecia anteriormente, já não temos o vizinho que nos leva uns legumes caseiros produzidos no seu quintal, a guarita que antes estaria sempre garantida, pode já não estar caso as coisas nos corram mal. A insegurança e indefinição, passaram a ser palavras mais pronunciadas nos dias que correm.
Considero que num passado recente, se vivia menos bem as pessoas eram mais pobres, no entanto a entreajuda era maior, o aliciante do consumo era menor, o que originava que não houvesse tanta propensão para subir socialmente como ocorre nos dias de hoje.
Tudo tem os seus prós e contras, com a difusão das novas tecnologias, os contactos sociais são muitas vezes transcritos à distância, houve a difusão do crédito e ao consumo fácil ,que trouxe consequências para uma sociedade que se tornou cada vez mais endividada.
Precisamos de saber lidar e adaptarmo-nos à evolução. Infelizmente nem todos o conseguem observando-se um crescente aumento do desemprego e da criminalidade.
Sinto que o cidadão tem cada vez menos poder para fazer face às mudanças tendo elas ocorrido muito rapidamente, deixando-nos desprotegidos para lhes fazer face. Cada vez mais na minha opinião, a sociedade civil deve ter um papel cada vez mais activo informando, os cidadãos de modos a que estes possam exercer uma cidadania mais activa e participativa.
Tiago Sousa
Professor de GeografiaNa designada baixa de Coimbra é notória a progressiva extinção do comércio tradicional, que é progressivamente abandonado, em detrimento das grandes superfícies comerciais ou das lojas chinesas.
É muito difícil as nossas empresas têxteis e de calçado poderem competir com os produtos oriundos dos países do Sudeste Asiático. Ontem fui à Decathlon e pude constatar, que quase 100% dos produtos, têm origem nos países atrás mencionados. Enquanto não houver uma política global que regule as importações e estipule regras que definam que os produtos não podem ser produzidos por crianças, ou as condições de trabalho têm de ser condignas com a dignidade humana, o que não acontece como todos nós sabemos., é impossível que os nossos produtos possam ser competitivos.
As nossas empresas têm de fazer face um conjunto de adversidades externas para conseguirem sobreviver. A aposta na inovação e na qualidade poderão ser saídas , no entanto é muitas vezes necessário lutar contra as burocracias e dificuldade notória no acesso ao crédito.
A minha geração e as subsequentes, vivem uma situação em que têm de se adaptar ao conceito da "precariedade", onde o mérito e o rigor são muitas vezes desvalorizados em detrimento do designado clientelismo. Nos dias que correm já não basta ser bom é preciso conhecer bens os meandros do sistema para que consiga entrar e lá permanecer.
Eu próprio já troquei ideias nas familiares tertúlias de café ou de família, onde referi a "impreparação" da minha geração para a austeridade que aí vem. Fomos mal habituados, tivemos um acesso fácil a tudo e agora achamos que não temos capacidade de nos adaptarmos às vicissitudes da designada crise financeira Global. Sinto que a educação e aquisição de um curso superior é sempre uma mais valia. No entanto, é necessário percebermos e adaptarmo-nos às contingências actuais e e em vez de percorrermos um caminho, indo directamente para aquilo que sempre ambicionámos, temos de nos sujeitar a outras tarefas ou trabalhos. Mais do que nunca precisamos de acreditar nas nossas capacidades, termos um bom suporte familiar, e arrisquemos num caminho, onde a probabilidade de falhar está sempre presentes.
Actualmente, ao contrário do que acontecia anteriormente, já não temos o vizinho que nos leva uns legumes caseiros produzidos no seu quintal, a guarita que antes estaria sempre garantida, pode já não estar caso as coisas nos corram mal. A insegurança e indefinição, passaram a ser palavras mais pronunciadas nos dias que correm.
Considero que num passado recente, se vivia menos bem as pessoas eram mais pobres, no entanto a entreajuda era maior, o aliciante do consumo era menor, o que originava que não houvesse tanta propensão para subir socialmente como ocorre nos dias de hoje.
Tudo tem os seus prós e contras, com a difusão das novas tecnologias, os contactos sociais são muitas vezes transcritos à distância, houve a difusão do crédito e ao consumo fácil ,que trouxe consequências para uma sociedade que se tornou cada vez mais endividada.
Precisamos de saber lidar e adaptarmo-nos à evolução. Infelizmente nem todos o conseguem observando-se um crescente aumento do desemprego e da criminalidade.
Sinto que o cidadão tem cada vez menos poder para fazer face às mudanças tendo elas ocorrido muito rapidamente, deixando-nos desprotegidos para lhes fazer face. Cada vez mais na minha opinião, a sociedade civil deve ter um papel cada vez mais activo informando, os cidadãos de modos a que estes possam exercer uma cidadania mais activa e participativa.
Tiago Sousa
Joaquim Jorge queria pedir-lhe o favor, caso ache pertinente que coloque o texto que se encontra em anexo no seu tão reconhecido blogue. As palavras em consequência da grande afluência, que receber no seu blogue, são mais lidas e comentadas que no meu. http://mniadscrever.blogspot.com/ ( palavras do Tiago).
R: É uma prazer , este espaço se assim entender taambém é seu.