Como complemento da série de artigos que terminou na semana passada e quando alguns políticos portugueses finalmente compreendem a importância da agricultura como parte fundamental da economia portuguesa, vale a pena lembrar alguns parágrafos de escritos antigos - de há trinta anos! - para, além de chamar a atenção para os erros que Portugal tem cometido - que tão baixo levaram o país e que tão brutal corte no seu nível de vida causaram à grande maioria dos portugueses - relembrar o que há a fazer se se quiser tirar o país do pântano em que alguns o afundaram.
Do Linhas de Elvas de 18 de Setembro de 1998:
"Na "Gazeta das Aldeias" nº 2866, de Setembro de 1981 publiquei um artigo intitulado "O agricultor português" em que procurei responder a um agricultor que, em carta à revista, indicava algumas dúvidas levantadas por um outro escrito meu e pedia que o esclarecesse.
No final dos considerandos que me pareceram necessários para dar o esclarecimento pedido, terminei o artigo com os três parágrafos seguintes:
Uma coisa, porém, é certa: Portugal só poderá ter uma agricultura de alto nível, funcionando como actividade económica produtiva e dando ao País muita riqueza se tiver agricultores muito sabedores, muito conscientes da sua tarefa e com grande capacidade de gestão. E para que essa transformação se dê é necessário que haja uns serviços oficiais altamente eficientes, principalmente uma "investigação" que descubra as formas de agricultar melhor e uma "extensão" que leve até ao agricultor os conhecimentos de que ele necessita. E isto deveria existir com CEE (Mercado Comum) ou sem CEE. Alguns querem atribuir à nossa entrada para a CEE efeitos milagrosos, como se a Europa se preocupasse em vir a Portugal ensinar os nossos agricultores a trabalharem melhor. O que sucederá se não fizermos a correcção que se impõe é que a queda das barreiras alfandegárias não nos dará qualquer vantagem por não termos bons produtos para vender nos outros países e terá o inconveniente de virem outros vender cá produtos que aqui podíamos produzir melhor e mais barato. Além da responsabilidade que lhe cabe no bem estar geral do País e do sector da agricultura portuguesa, o ministério da agricultura tem agora a responsabilidade adicional daquela alternativa e do nível de competitividade face aos outros países da CEE, nomeadamente a Espanha."
Mais adiante e dirigindo-me ao ministro de então:
"Por esse facto, termino estas linhas repetindo o apelo que fiz na V Semana de Extensão Rural organizada pelos estudantes da Universidade de Évora: inicie, urgentemente, um intenso programa, aquilo que em inglês se designa por "crash program", de investigação e de extensão."
Miguel Mota
Do Linhas de Elvas de 18 de Setembro de 1998:
"Na "Gazeta das Aldeias" nº 2866, de Setembro de 1981 publiquei um artigo intitulado "O agricultor português" em que procurei responder a um agricultor que, em carta à revista, indicava algumas dúvidas levantadas por um outro escrito meu e pedia que o esclarecesse.
No final dos considerandos que me pareceram necessários para dar o esclarecimento pedido, terminei o artigo com os três parágrafos seguintes:
Uma coisa, porém, é certa: Portugal só poderá ter uma agricultura de alto nível, funcionando como actividade económica produtiva e dando ao País muita riqueza se tiver agricultores muito sabedores, muito conscientes da sua tarefa e com grande capacidade de gestão. E para que essa transformação se dê é necessário que haja uns serviços oficiais altamente eficientes, principalmente uma "investigação" que descubra as formas de agricultar melhor e uma "extensão" que leve até ao agricultor os conhecimentos de que ele necessita. E isto deveria existir com CEE (Mercado Comum) ou sem CEE. Alguns querem atribuir à nossa entrada para a CEE efeitos milagrosos, como se a Europa se preocupasse em vir a Portugal ensinar os nossos agricultores a trabalharem melhor. O que sucederá se não fizermos a correcção que se impõe é que a queda das barreiras alfandegárias não nos dará qualquer vantagem por não termos bons produtos para vender nos outros países e terá o inconveniente de virem outros vender cá produtos que aqui podíamos produzir melhor e mais barato. Além da responsabilidade que lhe cabe no bem estar geral do País e do sector da agricultura portuguesa, o ministério da agricultura tem agora a responsabilidade adicional daquela alternativa e do nível de competitividade face aos outros países da CEE, nomeadamente a Espanha."
Mais adiante e dirigindo-me ao ministro de então:
"Por esse facto, termino estas linhas repetindo o apelo que fiz na V Semana de Extensão Rural organizada pelos estudantes da Universidade de Évora: inicie, urgentemente, um intenso programa, aquilo que em inglês se designa por "crash program", de investigação e de extensão."
Miguel Mota