O Memorando de Entendimento entre o Estado português e a União Europeia,corre sérios riscos de se transformar rapidamente numa irrelevância,ultrapassado pelos acontecimentos.
Os acontecimentos seguem já um curso preocupante na Grécia,país sobre o qual se fala cada vez mais de incumprimento da dívida,através do alargamento do prazo para pagamento e da assunção de responsabilidades pelos credores,em vez dos actuais pacotes de ajuda que os preservam.Se isso acontecer a UE estará a reconhecer o falhanço das suas políticas de austeridade e reforma aplicadas à Grécia.E nessa altura tudo deverá regressar à mesa de negociações.Não é um grande salto lógico imaginar que as propostas do Memorando para Portugal acabem com o mesmo resultado.Seria bom nessa altura que o novo Governo compreendesse que foi mandatado para defender os interesses do povo português e não necessariamente para aplicar as medidas da troika.
Mas um incumprimento na Grécia ou em Portugal ou noutros países é mais do que isto.Através dele,a UE reconhece que a solidariedade entre os países-membros tem limites bem apertados.na realidade,tudo o que foi feito até agora,não passa de um conjunto de acções que visa comprar tempo,procurando evitar o momento em que a UE teria de se assumir enquanto união orçamental.Ou isso,ou admitir que a União Monetária não tem viabilidade,o que é o exacto contrário do anterior,ou seja,que os países que a constituem devem seguir caminho fora dela.Como estas alternativas estão,por enquanto,no reino do inimaginável,compra-se tempo na esperança da ocorrência de qualquer coisa que acabe com o imbróglio.
Estaria na altura de saber que ideias o Governo português saído das eleições tem a este respeito.O seu futuro,e o do país.
Manuel Oliveira
Os acontecimentos seguem já um curso preocupante na Grécia,país sobre o qual se fala cada vez mais de incumprimento da dívida,através do alargamento do prazo para pagamento e da assunção de responsabilidades pelos credores,em vez dos actuais pacotes de ajuda que os preservam.Se isso acontecer a UE estará a reconhecer o falhanço das suas políticas de austeridade e reforma aplicadas à Grécia.E nessa altura tudo deverá regressar à mesa de negociações.Não é um grande salto lógico imaginar que as propostas do Memorando para Portugal acabem com o mesmo resultado.Seria bom nessa altura que o novo Governo compreendesse que foi mandatado para defender os interesses do povo português e não necessariamente para aplicar as medidas da troika.
Mas um incumprimento na Grécia ou em Portugal ou noutros países é mais do que isto.Através dele,a UE reconhece que a solidariedade entre os países-membros tem limites bem apertados.na realidade,tudo o que foi feito até agora,não passa de um conjunto de acções que visa comprar tempo,procurando evitar o momento em que a UE teria de se assumir enquanto união orçamental.Ou isso,ou admitir que a União Monetária não tem viabilidade,o que é o exacto contrário do anterior,ou seja,que os países que a constituem devem seguir caminho fora dela.Como estas alternativas estão,por enquanto,no reino do inimaginável,compra-se tempo na esperança da ocorrência de qualquer coisa que acabe com o imbróglio.
Estaria na altura de saber que ideias o Governo português saído das eleições tem a este respeito.O seu futuro,e o do país.
Manuel Oliveira