04/07/2011

NOURIEL ROUBINI



O economista Nouriel Roubini, que previu a eclosão da crise financeira em 2008,afirmou em entrevista ao Euro am Sonntag, que a situação de Portugal é "quase pior" que a da Grécia, referindo a falta de competitividade crónica como motivo. Acrescentou, dizendo esperar que a correcção dos mercados financeiros leve mais tempo que o previsto.
"Muitas coisas estão alimentando a incerteza nos mercados e levará a volatilidade"."Os dados económicos dos EUA e o Reino Unido são fracos, Japão caiu em recessão "e" a crise da dívida na periferia da Europa é um factor extremamente elevado de incerteza ", disse ele.
Finalizou dizendo que "Por causa de todos os riscos para a economia e os mercados eu não acredito que alguém que diz que a correcção do mercado de acções será um de curta duração."

Sinceramente não sou catastrofista mas começo a ficar cada vez mais preocupado e já não sei em quem acreditar. Este professor da Universidade de Nova Iorque e o prémio Nobel Paul Krugman são uma referência para mim.

Análise

Começo a ficar preocupado com o que especialistas de economia dizem sobre nós. O caso de Nouriel Roubini ao dizer-nos que o caso económico português é quase pior do que o da Grécia.Estas novas medidas , espero que me engane, aliviam mas não curam a nossa doença crónica - o permanente défice. Tudo isto é uma tormenta que não nos larga e persegue em tudo que fazemos. Estou cansado da "cultura de sobranceria" , é preciso criar uma nova cultura política e construir alternativas, renovando pessoas , discursos e métodos . parece-me que se está a fazer isso ,mas não chega, é preciso uma saída social para a crise.Estou farto do mito da ilusão , a saída da crise tem sido humanamente injusta e economicamente ineficaz. A banca e os poderes económicos também devem pagar o custo da saída da crise e não fazer recair somente nos sectores mais afectados por ela. Estou céptico em relação a grandes teorias ,discutíveis na sua aplicação. O mal estar social está-se a estender. Estamos tremendamente eviscerados e fragmentados socialmente. O país parece um drogado , totalmente dependente de uma droga que é o défice que não se consegue libertar.O Estado tem mesmo que ficar mais adelgaçado, não será uma caminho de rosas mas o exemplo é tudo.
JJ