Está a decorrer o X Congresso da Misericórdias Portuguesas. Considero que se trata de um acontecimento importante que deve ser acompanhado com particular interesse, pelas intervenções que se esperam e seus conteúdos. No final, devemos estar atentos às respectivas conclusões, de pessoas que podem falar com a propriedade de quem conhece e convive no dia a dia com as dificuldades crescentes das pessoas.
Nesta fase difícil da vida social, económica e politica do País, as Misericórdias e as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) reforçam a sua vertente de apoio social e psicológico de primeira linha. O Estado tem que olhar para estas Instituições com “olhos de ver” . Tem o dever de as apoiar financeiramente de uma forma equilibrada, regular e constante. Analisar as Instituições, caso a caso, e valorar aquelas que são mais “produtivas”. Tem que disponibilizar, a tempo inteiro, os seus Técnicos de Acção Social, fazê-los sair do conforto dos seus gabinetes, de forma a interagir no terreno e terem a noção real das necessidades.
Distribuir dinheiro não chega. É preciso valorizar os critérios, exigir rigor na distribuição da ajuda, privilegiar os mais necessitados e não os “mais submissos” e mais descarados na pedinchisse, porque infelizmente sempre existiram profissionais nessa área. Há muita gente a passar dificuldades de vária ordem, diria mesmo que os mais envergonhados e tímidos estão já a passar fome, pois preferem passar por esse suplicio do que deixar de cumprir com os seu compromissos ou de se expor ao vexame.
O Estado tem a obrigação de exercer um controle de “proximidade” sobre a utilização desses meios, exigindo provas concretas de que as pessoas são ajudadas em termos efectivos e que os montantes disponibilizados não são esgotados em instalações e estruturas desajustadas, em despesas “burocráticas”, na contratação de colaboradores de discutível interesse prático, muito menos para criar lugares de “prestigio”, alguns deles remunerados, que acumulam com pensões de trabalho. Podem crer que sei do que falo.
É preciso envolver mais a sociedade civil e as empresas. São precisas cozinhas/refeitórios sociais. Farmácias e despensas de viveres de ajuda de primeira necessidade. Apoiar os sem abrigo, os idosos que vivem sós. As famílias monoparentais. É preciso dizer não ao desperdício.
Não se pode, nem deve, brincar à caridadezinha. Já não há espaço para os chazinhos. Quem quer e pode ajudar deve fazê-lo de coração aberto e despretensiosamente e o mais anonimamente possível. È assim que eu entendo a Solidariedade.
Bem hajam.
JJM
Nesta fase difícil da vida social, económica e politica do País, as Misericórdias e as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) reforçam a sua vertente de apoio social e psicológico de primeira linha. O Estado tem que olhar para estas Instituições com “olhos de ver” . Tem o dever de as apoiar financeiramente de uma forma equilibrada, regular e constante. Analisar as Instituições, caso a caso, e valorar aquelas que são mais “produtivas”. Tem que disponibilizar, a tempo inteiro, os seus Técnicos de Acção Social, fazê-los sair do conforto dos seus gabinetes, de forma a interagir no terreno e terem a noção real das necessidades.
Distribuir dinheiro não chega. É preciso valorizar os critérios, exigir rigor na distribuição da ajuda, privilegiar os mais necessitados e não os “mais submissos” e mais descarados na pedinchisse, porque infelizmente sempre existiram profissionais nessa área. Há muita gente a passar dificuldades de vária ordem, diria mesmo que os mais envergonhados e tímidos estão já a passar fome, pois preferem passar por esse suplicio do que deixar de cumprir com os seu compromissos ou de se expor ao vexame.
O Estado tem a obrigação de exercer um controle de “proximidade” sobre a utilização desses meios, exigindo provas concretas de que as pessoas são ajudadas em termos efectivos e que os montantes disponibilizados não são esgotados em instalações e estruturas desajustadas, em despesas “burocráticas”, na contratação de colaboradores de discutível interesse prático, muito menos para criar lugares de “prestigio”, alguns deles remunerados, que acumulam com pensões de trabalho. Podem crer que sei do que falo.
É preciso envolver mais a sociedade civil e as empresas. São precisas cozinhas/refeitórios sociais. Farmácias e despensas de viveres de ajuda de primeira necessidade. Apoiar os sem abrigo, os idosos que vivem sós. As famílias monoparentais. É preciso dizer não ao desperdício.
Não se pode, nem deve, brincar à caridadezinha. Já não há espaço para os chazinhos. Quem quer e pode ajudar deve fazê-lo de coração aberto e despretensiosamente e o mais anonimamente possível. È assim que eu entendo a Solidariedade.
Bem hajam.
JJM