29/05/2011

PSD e CDS


Se há alguma possibilidade de Portugal sair do pântano em que o governo PS o afundou, e na ausência (provável, segundo as sondagens) duma maioria absoluta, a única hipótese será um governo PSD-CDS. Passos Coelho e Paulo Portas já deviam ter compreendido esse facto e procederem de forma a atingirem um tal objectivo. Para isso, a primeira condição é nenhum hostilizar o outro, mesmo na esperança de que essa hostilidade lhe traga alguns votos, roubados ao outro. O que sucede é que cada machadada desferida no outro equivale a uns quantos votos oferecidos a Sócrates e, eventualmente, fazer com que ele tenha uma qualquer maioria, Portugal continuar a ter mais do mesmo, com a maioria dos portugueses a ver todos os dias o seu nível de vida a baixar e o país a afundar-se cada vez mais no pântano onde já está.
Para além dos fanáticos que, apesar da evidência do péssimo estado em que ele pôs o país, causando uma enorme perda do poder de compra, com um alto défice e um colossal endividamento, continuam a querer que esse afundamento ainda vá mais para baixo, há os indecisos que ainda não sabem em quem vão votar.
Sócrates foi reeleito porque muitos que, em face da desgraça e perda do poder de compra, tinham jurado nunca mais votar nele, votaram nele porque, segundo vários me disseram, tiveram medo de que Manuela Ferreira Leite fizesse ainda pior. (Se Portugal tivesse partidos como associações de cidadãos com o mesmo credo político, mas sem o poder ditatorial que têm hoje, como há muito propus, as opções não seriam apenas aquelas duas).
Há muitos anos, escrevi que a melhor propaganda eleitoral é o que um cidadão faz em lugares de comando e que dão uma certa garantia de servir a comunidade. Se o CDS quiser crescer significativamente, terá de demonstrar que é capaz de fazer melhor do que os incompetentes que têm ocupado vários postos de comando. Por essa razão, é muito importante para ele que o PSD ganhe, faça com o CDS uma coligação, e os ministros que eventualmente tenha no governo façam uma rápida recuperação dos seus sectores, o que nalguns casos nem é muito difícil.
Os cidadãos que tanto já sofreram - e são a grande maioria - devem pensar madura mente no que vão fazer no dia 5 de Julho.

Miguel Mota