Afinal onde está a massa?
Havia um taberneiro que decidiu não cobrar dinheiro aos seus clientes, todos desempregados e tesos, todos bêbados, que não querem saber de trabalhar. O que eles gastam na taberna vai tudo para o livro e já que eles bebem a crédito, o taberneiro aumenta o preço de tudo o que ali se gasta. Mas o que vale ao taberneiro para se aguentar no negócio, é conhecer o gerente do banco, um ousado administrador, que o convence que as dívidas que ele tem no livro são um activo importante, recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento, tendo como garantia os bêbados frequentadores da taberna. A seguir há outros executivos do banco que dão o aval aos adiantamentos que há mais dum ano vêm sendo feitos e transformam esses tais activos recebiveis da taberna em títulos do banco com nomes como CDB, CDO, DGD e outros acrónimos financeiros que ninguém sabe exactamente o que isso é. Esses títulos financeiros entram logo no mercado de capitais e desencadeiam operações importantes de compra e venda na Bolsa de Lisboa, sem que ninguém saiba que o suporte dessas mesmas acções é o rol das dívidas da taberna. E esses títulos são negociados, como se de algo sério se tratasse, nos mercados bolsistas de uma série de países. Até que alguém descobre que o que está por detrás de tudo isto é a taberna que vende fiado... e tudo por aí abaixo se escafedeu...
Cisfranco