18/03/2011

Reflexões e medidas para o País (II)

(...)Não temos matéria-prima, é um facto incontornável. Não temos gás, carvão ou aço. Temos pessoas e isso não falta, felizmente. Então, o caminho passa por chamar até nós as empresas de todo o mundo. O que leva um investidor a pôr o seu dinheiro no nosso país? Eu não sei exactamente mas, certamente, olhará para os custos de produção do seu produto, para o que vai ter de pagar de impostos - directos, indirectos e enviesados - da celeridade da justiça em caso de não pagamento de alguns clientes e das perspectivas económicas do país.
Quais são as perspectivas económicas do nosso país? Pelo andar da carroça eu diria, cinzentas.
A justiça é célere? Não, só tem três ou quatro velocidades. Devagar, devagarinho, parada e marcha atrás.
Os impostos? Demasiado altos, quase ao nível da Alemanha, e imprevisíveis.
Quais os custos de produção? Olhando para os impostos teremos a resposta.
Dirão os meus amigos, para atrair as empresas então vamos cortar nos impostos. A resposta é óbvia mas… como fazê-lo? Qual o corte a fazer? O corte irá depender, em grande medida, do corte que for efectuado na despesa do Estado, porque cortar na receita implica cortar na despesa para manter o equilíbrio das contas. Então, para atrair empresas é preciso cortar na despesa do Estado. Onde cortar? Alguns exemplos:
Precisamos mesmo de 4260 freguesias e de 308 municípios? Num país com apenas 90 mil e poucos quilómetros quadrados parece-me que podemos prescindir de metade. Pesa ainda o facto de 110 municípios terem menos de 10 mil habitantes.
Precisamos de 230 deputados? As contas aqui são muito simples. Digamos que, na maioria das vezes, só precisamos de 1 deputado por partido. Os partidos com assento parlamentar são: PS, PSD, CDS, BE, PCP e Verdes. São tão poucos! Esqueci-me de algum? Assim, conclui-se que são precisos apenas seis (6) deputados. Porquê? Eles não vão atrás do chefe? Se é para ir com o chefe do partido e não pela própria cabeça para quê tanta inutilidade?
Os partidos precisam de uma sede em cada município? Se organizam comícios ao ar livre porquê gastar o nosso dinheiro naqueles palacetes? Não têm o “facebook” para organizar comícios? Um jovem apenas conseguiu através deste meio juntar 200 mil pessoas em Lisboa e 80 mil no Porto. Não me digam que precisam de palácios para organizar jantaradas para meia dúzia de pançudos e dezenas de mortos de fome!
O Primeiro-Ministro precisa de 17 “penduras” no seu gabinete? Tradutores não são precisos tendo em conta a teimosia do actual primeiro-ministro em falar em público na língua inglesa, mesmo com erros de quilómetro. E tendo em conta as asneiras por ele praticadas, não precisa nem de chefes de gabinete, assessores, secretários pessoais e adjuntos. Em vez desta malta toda, dava jeito contratar apenas um segurança privado. Se não sair do governo no seu próprio pé e assumir a responsabilidade, é altamente provável que venha a precisar de um para oferecer o corpo ao manifesto e, diga-se em abono da verdade, sempre pode tratar da papelada e dos telefonemas da “Bola de Berlim” ou do FMI.


Rogério Martins