“Quero reafirmar o que disse o ministro das Finanças. Este Governo fará tudo o que for necessário para alcançar o défice de 4,6”, insistiu, hoje, José Sócrates. Afirmou ainda que o Governo "fará tudo" para que o défice seja de 4,6 por cento, incluindo medidas adicionais que a execução orçamental venha a demonstrar necessárias.
Estão abertas as portas para mais um “apertar do cinto” der por onde der, nem que para isso se asfixie de uma vez por todas os cada vez mais parcos rendimentos das famílias portuguesas. Se o endividamento das famílias já é um dado adquirido e de difícil solução não saberemos mais que caminhos percorrer para que a sobrevivência seja uma realidade, porque o que se nos apresenta no horizonte é uma penosa estrada de rosto sombrio conduzindo-nos penosamente para um precipício sem bilhete de retorno.
Como é possível exigir-se a quem quer que seja, maior produtividade, maior motivação para o trabalho se depois nos é exigido que paguemos mais impostos disto ou daquilo, que nos diminuam os rendimentos mensais, que subam preços de bens considerados essenciais a tal ponto que não nos permitam sequer ter o mínimo condigno a uma vivência, que os nossos reformados, trabalhadores de uma vida de descontos, tenham rendimentos de miséria, que toda uma geração de jovens (segundo os analistas a mais qualificada de sempre) tenha dificuldades para arranjar emprego e não veja outra saída senão sair do País e procurar novos horizontes profissionais.
Com uma taxa de desemprego a roçar os 11%, com jovens a sair dos seus cursos académicos sem saídas profissionais visíveis, com uma classe de gente envelhecida (os reformados) que vive de reformas perfeitamente exíguas e miseráveis, com assimetrias de rendimentos escandalosamente desiguais onde tantos têm ordenados “pornográficos” e grande parte apenas sobrevive, como é possível exigir-se mais sacrifícios, maior dedicação e motivação ao trabalho quando levam como recompensa uns trocos que mal dão para comer quanto mais para economizar.
Que raio de País é este, que teve ao longo destes últimos 15 anos governos de autêntica incompetência que nos levaram à banca rota, fantasiando-nos durante tanto tempo com a quimera de que tudo corria sobre todas, como se vivêssemos num Paraíso Dourado? E que quando o cutelo se nos abateu sobre a cabeça, vieram sarcasticamente sacudir a água do capote dizendo-nos que a culpa era da crise internacional?
Que raio de País é este onde há gente a ganhar na ordem dos 30, 40 e 50 mil euros mensais e outros caminham a largos passos para a miséria, depois de toda uma vida de suor e trabalho?
Que raio de País é este onde toda uma mão-de-obra qualificada é desbaratada, tendo que procurar novas saídas profissionais fora da sua Pátria?
Que raio de País é este onde proliferam os “boys” e as “girls” , se mendigam tachos e favores e onde abundam os chicos-espertos?
Em que raio de País nos encontramos onde os códigos da Ética, dos Princípios e dos Valores como que se esfumaram do comportamento de cada um de nós no nosso quotidiano?
Onde está a cultura pelo exemplo, o respeito pelo outro, a prática da cidadania, o civismo , itens pelos quais todos deveríamos pautar os nossos comportamentos?
Enquanto não pararmos para pensar enquanto povo e regermos a nossa vida com o encolher de ombros como se tudo isto fosse um “fardo” que deveremos carregar para toda a vida sem remédio e sem esperança não sobreviveremos e estaremos a caminhar a passos largos para um precipício onde cairemos fatalmente sem hipótese de salvação. E esse precipício está aqui tão perto…
Daniel Braga
Estão abertas as portas para mais um “apertar do cinto” der por onde der, nem que para isso se asfixie de uma vez por todas os cada vez mais parcos rendimentos das famílias portuguesas. Se o endividamento das famílias já é um dado adquirido e de difícil solução não saberemos mais que caminhos percorrer para que a sobrevivência seja uma realidade, porque o que se nos apresenta no horizonte é uma penosa estrada de rosto sombrio conduzindo-nos penosamente para um precipício sem bilhete de retorno.
Como é possível exigir-se a quem quer que seja, maior produtividade, maior motivação para o trabalho se depois nos é exigido que paguemos mais impostos disto ou daquilo, que nos diminuam os rendimentos mensais, que subam preços de bens considerados essenciais a tal ponto que não nos permitam sequer ter o mínimo condigno a uma vivência, que os nossos reformados, trabalhadores de uma vida de descontos, tenham rendimentos de miséria, que toda uma geração de jovens (segundo os analistas a mais qualificada de sempre) tenha dificuldades para arranjar emprego e não veja outra saída senão sair do País e procurar novos horizontes profissionais.
Com uma taxa de desemprego a roçar os 11%, com jovens a sair dos seus cursos académicos sem saídas profissionais visíveis, com uma classe de gente envelhecida (os reformados) que vive de reformas perfeitamente exíguas e miseráveis, com assimetrias de rendimentos escandalosamente desiguais onde tantos têm ordenados “pornográficos” e grande parte apenas sobrevive, como é possível exigir-se mais sacrifícios, maior dedicação e motivação ao trabalho quando levam como recompensa uns trocos que mal dão para comer quanto mais para economizar.
Que raio de País é este, que teve ao longo destes últimos 15 anos governos de autêntica incompetência que nos levaram à banca rota, fantasiando-nos durante tanto tempo com a quimera de que tudo corria sobre todas, como se vivêssemos num Paraíso Dourado? E que quando o cutelo se nos abateu sobre a cabeça, vieram sarcasticamente sacudir a água do capote dizendo-nos que a culpa era da crise internacional?
Que raio de País é este onde há gente a ganhar na ordem dos 30, 40 e 50 mil euros mensais e outros caminham a largos passos para a miséria, depois de toda uma vida de suor e trabalho?
Que raio de País é este onde toda uma mão-de-obra qualificada é desbaratada, tendo que procurar novas saídas profissionais fora da sua Pátria?
Que raio de País é este onde proliferam os “boys” e as “girls” , se mendigam tachos e favores e onde abundam os chicos-espertos?
Em que raio de País nos encontramos onde os códigos da Ética, dos Princípios e dos Valores como que se esfumaram do comportamento de cada um de nós no nosso quotidiano?
Onde está a cultura pelo exemplo, o respeito pelo outro, a prática da cidadania, o civismo , itens pelos quais todos deveríamos pautar os nossos comportamentos?
Enquanto não pararmos para pensar enquanto povo e regermos a nossa vida com o encolher de ombros como se tudo isto fosse um “fardo” que deveremos carregar para toda a vida sem remédio e sem esperança não sobreviveremos e estaremos a caminhar a passos largos para um precipício onde cairemos fatalmente sem hipótese de salvação. E esse precipício está aqui tão perto…
Daniel Braga