O Estado, essa entidade abstracta que nunca ninguém viu mas que a todos afecta, corresponde à organização de um determinada sociedade politicamente integrada constituída pelo seu aparelho de poder, pela sua população e por um território. Além disto o Estado, como entidade, apresenta algumas finalidades específicas, destacando-se o fim de conservação, o fim de bem-estar social e finalmente o fim de justiça.
Actualmente é muito discutida a temática da erosão do Estado e da aparente falta de poder e capacidade do Estado lidar com a problemática da Globalização e com as cada vez mais complexas interacções respeitantes às Organizações Internacionais. No entanto, os Estados não irão desaparecer, irão apenas evoluir e vão certamente manter algumas das suas características próprias de entre as quais o monopólio do uso da força que é sobretudo utilizado para alcançar o fim de justiça. O Estado possui estruturas e instrumentos que lhe permitem alcançar o fim de justiça e punir os cidadãos que desrespeitem as regras que são impostas a toda a sociedade.
Não obstante a capacidade que o Estado tem de promover a justiça, actualmente verificamos que se começa a disseminar um fenómeno curioso: cada vez mais surgem nos meios de comunicação social uns auto-nomeados “Paladinos da Justiça” que tomaram a sagrada missão de se substituir aos dispositivos legais e “combater” actos ilícitos. Estes heróis dos tempos modernos, embora não usem uniformes semelhantes ao Batman e ao Super-Homem, são frequentemente capa de jornal e têm ampla cobertura nos meios de comunicação social. Ainda esta semana Julian Assange recebeu numa espectacular conferência de imprensa um CD de Rudolf Elmer, um ex-bancário suíço. Segundo Elmer, este CD contém informações sobre diversas contas Offshore que prejudicam a sociedade. Nós, os cidadãos anónimos, podemos portanto descansar que os Paladinos da Justiça irão brevemente, e certamente através de outro espectacular evento mediático, divulgar os dados referentes a essas malfadadas contas Offshore. Este exemplo de trabalho “em prol da sociedade e dos valores” é também reproduzido em Portugal porque facilmente conseguimos identificar alguns Paladinos da Justiça que muito têm em comum com Assange e Elmer: também os Paladinos Lusos utilizaram os meios de comunicação social como ferramenta de auto-promoção, isto é, vêm a público denunciar irregularidades mas no entanto nunca apresentaram uma queixa ás autoridades competentes.
Montados no cavalo branco da Moralidade, os Paladinos da Justiça passeiam-se pelas páginas dos jornais sem nunca terem contribuído de facto para o fim de justiça. Tem de longe mais mérito o cidadão anónimo que se desloca a um organismo do estado para apresentar uma queixa, do que uma figura que apenas utiliza o alarido para auto-promoção e para a procura de benefícios a curto prazo.
Mauro Martins
Actualmente é muito discutida a temática da erosão do Estado e da aparente falta de poder e capacidade do Estado lidar com a problemática da Globalização e com as cada vez mais complexas interacções respeitantes às Organizações Internacionais. No entanto, os Estados não irão desaparecer, irão apenas evoluir e vão certamente manter algumas das suas características próprias de entre as quais o monopólio do uso da força que é sobretudo utilizado para alcançar o fim de justiça. O Estado possui estruturas e instrumentos que lhe permitem alcançar o fim de justiça e punir os cidadãos que desrespeitem as regras que são impostas a toda a sociedade.
Não obstante a capacidade que o Estado tem de promover a justiça, actualmente verificamos que se começa a disseminar um fenómeno curioso: cada vez mais surgem nos meios de comunicação social uns auto-nomeados “Paladinos da Justiça” que tomaram a sagrada missão de se substituir aos dispositivos legais e “combater” actos ilícitos. Estes heróis dos tempos modernos, embora não usem uniformes semelhantes ao Batman e ao Super-Homem, são frequentemente capa de jornal e têm ampla cobertura nos meios de comunicação social. Ainda esta semana Julian Assange recebeu numa espectacular conferência de imprensa um CD de Rudolf Elmer, um ex-bancário suíço. Segundo Elmer, este CD contém informações sobre diversas contas Offshore que prejudicam a sociedade. Nós, os cidadãos anónimos, podemos portanto descansar que os Paladinos da Justiça irão brevemente, e certamente através de outro espectacular evento mediático, divulgar os dados referentes a essas malfadadas contas Offshore. Este exemplo de trabalho “em prol da sociedade e dos valores” é também reproduzido em Portugal porque facilmente conseguimos identificar alguns Paladinos da Justiça que muito têm em comum com Assange e Elmer: também os Paladinos Lusos utilizaram os meios de comunicação social como ferramenta de auto-promoção, isto é, vêm a público denunciar irregularidades mas no entanto nunca apresentaram uma queixa ás autoridades competentes.
Montados no cavalo branco da Moralidade, os Paladinos da Justiça passeiam-se pelas páginas dos jornais sem nunca terem contribuído de facto para o fim de justiça. Tem de longe mais mérito o cidadão anónimo que se desloca a um organismo do estado para apresentar uma queixa, do que uma figura que apenas utiliza o alarido para auto-promoção e para a procura de benefícios a curto prazo.
Mauro Martins