21/01/2011

CAMPANHA PRESIDENCIAL «NO COMMENT»


Esta campanha merecia ser transmitida na rubrica do Euronews «no comment», insólita,sem credibilidade, leviana nas palavras , nas promessas , nos ataques pessoais, mas com momentos hilariantes. Candidatos em cima de carros , arruadas sem nexo e com José Manuel Coelho um actor de teatro de revista, para rir e ver sem comentários. Já deixei de ter esperança , campanha desinteressante , sem troca de ideias e de discussão. A desmoralização e a descrença dos portugueses é total , culpa dos candidatos e da comunicação social. A minha decepção é enorme mas não era de esperar outra coisa depois de se falar há quase um ano em eleições presidenciais e candidatos. Há um mau gosto , estilo Kitsch, amargo e uma decepção gritante. Não se falou dos poderes do presidente , do seu papel e da sua futura intervenção , isso é de somenos importância , houve mais uma vez o esgotamento de velhas fórmulas e gastos em ,brindes, panfletos , pins , bandeiras , jantares , etc. Não sei para que se gasta tanto dinheiro! O despudor da desresponsabilização de tudo porque Portugal passa é uma ofensa aos portugueses , nas campanhas não há culpados só crentes nas culpas de outrem. É preciso gente diferente , nova ou velha com ideias e criatividade, parece sempre uma remake de uma anterior disputa eleitoral em que tudo é igual ao igual e volta ao mesmo , sendo tudo o contrário do contrário. Nada ficou e o fosso entre cidadãos e a classe política aumentou de novo. Há «no comment» e não palavras para esta campanha paupérrima , triste, desoladora , rasca , pueril e narcísica. É preciso vir alguém que nos anime e dê uma luz e que nos faça acreditar dando sentido às nossas vidas. O voto é um dever , mas também é um dever exigirmos que quem nos governa seja diferente e, os portugueses sentem-se impotentes para mudar este estado de coisas . Sou um democrata mas gostava que houvesse uma alternativa e a abstenção também é um mal menor porque não se consegue gerar novas políticas . Estamos numa encruzilhada , »no comment».

JJ