04/12/2010

WikiLeaks: liberdade ou como destruir a civilização ocidental?



O mundo é perigoso e está cada vez mais. A imprensa tem tido capital importância em muitos episódios da causa da liberdade, mas não se pode substituir a governos legítimos. Muito menos fragilizar países escrutináveis e democráticos como tudo sugere a estratégia da Wikileaks.

A WikiLeaks é uma organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia que publica, em seu site, posts de fontes anónimas, documentos, fotos e informações confidenciais, vazadas de governos ou empresas, sobre assuntos sensíveis. Até aqui tudo bem. Foi ganhando notoriedade por serviços de jornalismo investigativo sempre necessário, mas passou ao sensacionalismo.

Ultimamente está a inundar a internet com documentos confidenciais sobretudo dos EUA. Até pode ser de muito gozo, mas muito perigoso. Só a inocência é que poderia pensar que os países não têm muito cuidado com a segurança e, a única forma é ter um sistema de informação eficiente. As informações não podem estar à mercê de todos, porque cairá na mão de estados terroristas ou grupos de malfeitores, cujas informações sigilosas a Wikileaks não disponibiliza, como todos sabem.

Lançar para o conhecimento comportamentos de bancos ou empresas que ferem a ética é uma coisa, outra diferente é lançar documentos de segurança não autorizados, porque só o faz relativamente a países democráticos do ocidente. Não há um documento dos países muçulmanos que albergam terroristas, nem da Coreia do Norte, China, Rússia, etc. Não traz informações das FARC, dos narcotraficantes nem da Al-Qaeda.

Pode ser muito interessante termos notícias que comprometam as forças armadas, em especial dos EUA, muito ao gosto dos europeus, mas é ilusão pensar que servem interesses da liberdade. Pelo contrário, e não me venham com a treta da liberdade de imprensa, porque o que se está a passar é desobediência a regras estabelecidas ou a compra corrupta de informação para gáudio dos seus fundadores. Já agora, qual é o verdadeiro interesse que perseguem? Verão em breve nas listas da Forbs.

Nem tudo o que parece é. Fragilizar o ocidente é um erro de palmatória num mundo cada vez mais perigoso. É uma verdadeira autofagia, que os inimigos da liberdade se não dão permissão.

Mário Russo