10/11/2010

PARLAMENTO


O Parlamento que é casa da democracia portuguesa deveria funcionar como tónico e estímulo para todos nós que com os nossos impostos pagamos aos 230 deputados . Antigamente viam-se imensas clareiras com a ausência dos deputados dando uma imagem desoladora e de uma casa que não se trabalha.

Durante o debate do Orçamento de Estado apercebi-me que a Assembleia da República estava cheia de deputados quase completa. Este debate era especial e estavam todos os holofotes focados neste tema que tinha implicações futuras na vida do país.
Os deputados estavam nos seus lugares , mas tirando os líderes parlamentares dos diversos partidos na primeira fila e um ou dois do lado esquerdo e direito estavam com grande atenção e responsabilidade para intervirem , serem interpelados e ajudarem ao debate. O resto das filas, não querendo generalizar consultavam o seu PC e trabalhavam ,os das últimas filas davam-se ao luxo de estar a ler o jornal.
Os membros do governo muito mais expostos aos olhares alheios estavam atentos , mudos e quedos.
É uma imagem anacrónica e que prova que a maioria dos deputados é um verbo de encher e está ali para votar e marcar presença. Compreendo que muitos , quase todos que não têm parte activa no desenrolar dos trabalhos procurem ocupar o seu tempo e fazer consultas no computador e adiantarem trabalhos. Antigamente andavam pelos corredores e a fazer outras coisas fora da sala dando uma imagem negativa e desoladora .Todavia, para quem esteja mais atento , percebe que estão lá fisicamente mas a sua cabeça está bem longe. Na hora da votação funcionam como um robot - votam e está feito.
JJ