10/10/2010

ELEIÇÕES INTERNAS NO PS

Este fim-de-semana houve eleições para as distritais do Partido Socialista(18) . Na maioria das distritais a eleição para a respectiva distrital verificou-se por candidato único. nas maiores distritais Lisboa e Porto , a eleição foi renhida . Em Lisboa venceu Marcos Perestrello contra um dinossauro ,Joaquim Raposo. No Porto, Renato Sampaio venceu pela margem mínima José Luís Carneiro uma promessa de renovação.
Mas o mais preocupante é que estas eleições passaram despercebidas à maioria dos portugueses e parece um assunto só dele - partido . Ideias para o futuro do país não abundaram , falou-se mais de cargos e lugares comuns do que de outra coisa. E assim vai o nosso sistema político-partidário, ensimesmado e sem a noção do que os portugueses precisam e querem ou ignoram e fazem de conta. Depois do 25 de Abril uma nova clientela abunda nos partidos que mais parecem empresas , poder-se-ia chamar sem pejo
PS S.A ou PSD S.A., etc.
Os tentáculos clientelares são muitíssimos . As secções do partido permitem escolher , os deputados de freguesia , presidente de Junta de Freguesia assessorado pelo secretário e tesoureiro. As concelhias permitem que se escolham os deputados municipais e o candidato a presidente da Câmara As distritais permitem que se escolham os deputados., por aqui se vê, que estas eleições só interessam a alguns e quanto menos gente esteja envolvida tanto melhor.

Presidentes de Câmara : 308
Presidentes de Junta de Freguesia : 4.259
vereadores:2.046
deputados municipais:6.885
membros das juntas de frequesia.13.646 ( secretários e tesoureiros)
membros das assembleias de freguesia:34.489

No total são 57.075 !

Um país tão pequeno e com tanta gente. Se acabassem com parte destes cargos seria um bom exemplo de poupança e racionalidade de recursos humanos.

Mas o que é interessante, é que nestas eleições são os escolhidos ou influentes para dirigir o erário público do poder intermédio e os portugueses não são ouvidos nem achados. Em 2013 vemos os candidatos e, ou votamos ou não, os independentes são poucos e com muita dificuldade de se imporem. É a política portuguesa que temos e os partidos que temos.
Uma forma de alterar o sistema , seria por dentro dos partidos procurar mudar o rumo seguido mas acho muito difícil devido ao arcaísmo e vícios instalados. Se calhar o caminho será por fora pela influência pacífica no domínio das ideias e com uma opinião pública esclarecida e inteligente.É necessário um novo paradigma de liberdade e pensamento. Os partidos mais parecem tropa com as suas hierarquias muito estanques . Que eu saiba o serviço militar já não é obrigatório...


JJ