06/04/2010

O papel do Estado




As ligeiras diferenças que temos sobre o papel do Estado são as seguintes :

a) Eu não acredito que a iniciativa privada consiga neste momento criar a riqueza necessária sem o auxilio do estado;
Não existe capital suficiente em excesso nas empresas privadas nem nos investidores portugueses para arriscarem em novas empresas exportadoras ou na expansão das empresas exportadoras existentes.
Por outro lado o investimento na produção em mercados emergentes (Brasil, África) é mais atractivo para o capital português.

b) As empresas e investidores portugueses não têm quadros em qualidade e numero suficiente para criarem ou desenvolverem empresas competitivas a nível global, pois esses quadros são bem pagos e demora tempo até criar uma equipa internacional capaz.

c) O Estado pelo contrário gasta muito dinheiro todos os anos. Mas o Estado não vai despedir 30% dos seus funcionários ou reduzir o seu vencimento. Por isso o mal menor é colocar esses funcionários a trabalhar em iniciativas produtivas para o país.

d) O mercado não consegue antecipar grandes alterações sociais : choques energéticos (petróleo a 150 dólares) ou choques comerciais (China/Índia a liderar a produção e a tecnologia aplicada). Para mim deve o estado liderar a resposta a estas duas grandes alterações sociais, em vez de se preocupar com projectos megalómanos ou assuntos mesquinhos.


Paulo Pereira
director da RTV