15/03/2010

TRÊS PROJECTOS…TRÊS IDEIAS PARA PORTUGAL

Daniel Braga



Está a terminar mais um congresso do PSD, um congresso à moda antiga a relembrar os bons velhos tempos do PPD/PSD. A sua relevância é tanto mais actual que até quatro ex - Presidentes estiveram presentes e falaram: Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes, Marques Mendes e L. Filipe Menezes além da ainda líder, Manuela Ferreira Leite. Ouviram-se propostas, estratégias (e aí o discurso de Rebelo de Sousa foi imparável, mostrando claramente por onde se deveria ir) e debateram-se ideias. Ouvidos os discursos dos candidatos ( por duas vezes falaram, de tarde e ao fim da noite) fiquei com a nítida sensação que o aquele que apresenta ideias mais estruturantes e, porventura, mais fracturantes é Paulo Rangel que, no seu segundo discurso trouxe à baila uma velha máxima do PSD: uma maioria, um governo, um Presidente. Os discursos de Aguiar Branco pareceram-me bem conseguidos, mas sem aquela chama de empolgar plateias. Não me parece um líder capaz de mobilizar um Partido, para as batalhas que se avizinham. Passos Coelho fez um discurso cheio de chavões à boa maneira socrática, que bem espremidinho se mostrou ausente de ideias que verdadeiramente mudasse Portugal. Entre a ruptura, a reconciliação e a união e a mudança foi Paulo Rangel quem melhor mostrou a alma combativa de um velho PSD, capaz de mobilizar massas e capaz de ombrear com o PS de Sócrates pela supremacia da liderança política no País. E o melhor que poderia acontecer a Sócrates era uma vitória de Pedro Passos Coelho, uma espécie de “clone” dele próprio no partido rival. Daí a importância da eleição do novo líder social democrata, para que a credibilidade volte ao Partido e o Povo tenha novamente confiança numa verdadeira alternativa ao Poder instalado, e que tanto mal tem feito a Portugal, conduzindo-o praticamente à ruína e a patamares de desenvolvimento e baixa produtividade só comparáveis aos níveis da Grécia actual.