
Bruno Alves
Portugal e a Europa sofrem hoje graves problemas que afectam desde a economia até ao social. O crescimento demográfico é um dos mais graves problemas com que nós, portugueses e europeus, nos deparamos este século. A actual tendência nula ou negativa do crescimento demográfico, como disse anteriormente, afecta desde a economia até ao social, pondo em causa quer as orientações políticas seguidas até então, quer as debilidades estruturais da nossa sociedade.
Os imperativos económicos sobrepõem-se sempre, ou quase sempre, às necessidades sociais. É verdade que sem um crescimento económico sustentado não conseguiremos fazer face às nossas dificuldades sociais, mas também é inegável que este enamoramento dos políticos pelo capital cega-os de algumas prioridades.
O século XX foi marcado por um forte e desregulado crescimento demográfico, em consequência da Segunda Guerra Mundial, e que nos permitiu adoptar políticas especificas, nomeadamente no sector da segurança social. Assim, começamos hoje a discutir, mas sobretudo a viver as consequências do “baby boom”, que veio alterar de modo anormal a composição da pirâmide etária. Ora, em consequência deste acontecimento e de alguns excessos políticos, hoje a população economicamente activa tem sobre si uma altíssima carga fiscal, fruto das más políticas que assolaram alguns países da Europa, mas sobretudo Portugal.
“Os cenários demográficos também reflectiram estas mudanças, pautando-se por taxas de fecundidade baixas e por um evidente envelhecimento da população. Esta situação tem-se traduzido num cada vez mais preocupante índice de dependência dos idosos e numa consequente diminuição da proporção de activos face aos beneficiários de pensões, contribuindo para o aumento das despesas em prestações sociais.
Estas transformações de foro endógeno e exógeno vieram estabelecer mudanças no modelo de equilíbrio social das sociedades, como consequência tornou-se progressivamente mais difícil para os Estados-providência continuar a garantir o pleno emprego, a protecção social, a sustentabilidade económica e a diminuição da exclusão social. Deste modo, tem-se vindo a criar uma cada vez maior dependência no subsídio de desemprego, nos apoios públicos à formação, na educação e num vasto leque de medidas do Estado-providência.” Revista de Estudos Demográficos, nº 46
Com o aumento da esperança média de vida, vai sendo difícil para os governos manter as suas obrigações sociais. Lembremo-nos, pois, que segundo um recente relatório do Instituto da Política da Família apresentado no Parlamento Europeu, Portugal é o país da União Europeia em que a população está a envelhecer mais depressa.
“O envelhecimento demográfico e a imigração mantêm-se como os grandes desafios e oportunidades que a sociedade portuguesa enfrenta e para os quais tem de encontrar respostas de modo a garantir uma sociedade inclusiva para todos.” Revista de Estudos Demográficos, nº 46
Perante este cenário, sabemos hoje que “este país não é para velhos”. Os idosos são claramente esquecidos pelos políticos. Esta classe etária não é protegida pela lei, que deveria, à semelhança do estatuto da violência doméstica, prever o estatuto do idoso, com direitos: a cuidados médicos, assistência, etc. Os partidos do arco do poder mais uma vez não estiveram à altura das exigências. Não conseguiram ingenuamente prever, nem conseguem remediar. A sociedade contemporânea não é compreendida por esta classe política, que fecha os olhos a esta classe etária.
No Portugal de hoje, muitos idosos são vítimas muitas vezes dos seus próprios filhos, que se aproveitam premeditadamente da natureza da vida para lhes extorquir pensões. A solução muitas vezes está na rua, expostos a intempéries. Felizmente vamos tendo notícias que muitos são acolhidos por associações. Mas, e os outros de que não temos notícias? E ainda nos damos ao luxo de dar computadores praticamente de borla e deixar pessoas a viver na miséria. Onde está o respeito pela pessoa humana?
Portugal e a Europa sofrem hoje graves problemas que afectam desde a economia até ao social. O crescimento demográfico é um dos mais graves problemas com que nós, portugueses e europeus, nos deparamos este século. A actual tendência nula ou negativa do crescimento demográfico, como disse anteriormente, afecta desde a economia até ao social, pondo em causa quer as orientações políticas seguidas até então, quer as debilidades estruturais da nossa sociedade.
Os imperativos económicos sobrepõem-se sempre, ou quase sempre, às necessidades sociais. É verdade que sem um crescimento económico sustentado não conseguiremos fazer face às nossas dificuldades sociais, mas também é inegável que este enamoramento dos políticos pelo capital cega-os de algumas prioridades.
O século XX foi marcado por um forte e desregulado crescimento demográfico, em consequência da Segunda Guerra Mundial, e que nos permitiu adoptar políticas especificas, nomeadamente no sector da segurança social. Assim, começamos hoje a discutir, mas sobretudo a viver as consequências do “baby boom”, que veio alterar de modo anormal a composição da pirâmide etária. Ora, em consequência deste acontecimento e de alguns excessos políticos, hoje a população economicamente activa tem sobre si uma altíssima carga fiscal, fruto das más políticas que assolaram alguns países da Europa, mas sobretudo Portugal.
“Os cenários demográficos também reflectiram estas mudanças, pautando-se por taxas de fecundidade baixas e por um evidente envelhecimento da população. Esta situação tem-se traduzido num cada vez mais preocupante índice de dependência dos idosos e numa consequente diminuição da proporção de activos face aos beneficiários de pensões, contribuindo para o aumento das despesas em prestações sociais.
Estas transformações de foro endógeno e exógeno vieram estabelecer mudanças no modelo de equilíbrio social das sociedades, como consequência tornou-se progressivamente mais difícil para os Estados-providência continuar a garantir o pleno emprego, a protecção social, a sustentabilidade económica e a diminuição da exclusão social. Deste modo, tem-se vindo a criar uma cada vez maior dependência no subsídio de desemprego, nos apoios públicos à formação, na educação e num vasto leque de medidas do Estado-providência.” Revista de Estudos Demográficos, nº 46
Com o aumento da esperança média de vida, vai sendo difícil para os governos manter as suas obrigações sociais. Lembremo-nos, pois, que segundo um recente relatório do Instituto da Política da Família apresentado no Parlamento Europeu, Portugal é o país da União Europeia em que a população está a envelhecer mais depressa.
“O envelhecimento demográfico e a imigração mantêm-se como os grandes desafios e oportunidades que a sociedade portuguesa enfrenta e para os quais tem de encontrar respostas de modo a garantir uma sociedade inclusiva para todos.” Revista de Estudos Demográficos, nº 46
Perante este cenário, sabemos hoje que “este país não é para velhos”. Os idosos são claramente esquecidos pelos políticos. Esta classe etária não é protegida pela lei, que deveria, à semelhança do estatuto da violência doméstica, prever o estatuto do idoso, com direitos: a cuidados médicos, assistência, etc. Os partidos do arco do poder mais uma vez não estiveram à altura das exigências. Não conseguiram ingenuamente prever, nem conseguem remediar. A sociedade contemporânea não é compreendida por esta classe política, que fecha os olhos a esta classe etária.
No Portugal de hoje, muitos idosos são vítimas muitas vezes dos seus próprios filhos, que se aproveitam premeditadamente da natureza da vida para lhes extorquir pensões. A solução muitas vezes está na rua, expostos a intempéries. Felizmente vamos tendo notícias que muitos são acolhidos por associações. Mas, e os outros de que não temos notícias? E ainda nos damos ao luxo de dar computadores praticamente de borla e deixar pessoas a viver na miséria. Onde está o respeito pela pessoa humana?

