Sejamos concretos: a discriminação, seja ela qual for, É UMA FORMA DE VIOLÊNCIA. Existe nas mais variadas formas e abrange muitos sectores da sociedade. Mulheres, crianças, raças, políticas, religiões, estatuto social, qualquer uma destas serve de objecto da discriminação. São muitos os exemplos que poderíamos por aqui abordar, houvesse tempo e disposição deste escriba que vos estima.
De facto, existem dois grandes motivos para este tipo de discriminação. Enquanto animais humanos que somos, e vivendo numa sociedade cujas convenções tendem a definir a “normalidade” – “normalidade” essa que não passa de uma colectânea de MITOS, os mesmos que ditam a IDEOLOGIA – tendemos a rejeitar o que extravasa esse sentimento seguro. Essa rejeição deve-se sobretudo à IGNORÂNCIA e ao MEDO.
Todo o problema em torno desta lei tem vindo a ser discutido sob este prisma, o das coisas NATURAIS e o das coisas CONTRA-NATURA, disfarçados por enquadramentos pseudo-científicos, pseudo-sociológicos, pseudo-legais e pseudo-religiosos, quando, afinal, tudo se traduz numa frase, a mais descabida de todas e, no entanto, a mais presente nessas bocas retrógradas: NÃO TENHO NADA CONTRA, DESDE QUE FAÇAM O QUE TÊM A FAZER DENTRO DE PORTAS. Como o têm feito muitos dos que a vociferam, direi eu.
Reparemos no seguinte: na realidade, o casamento de homossexuais não era proibido. O que era proibido era o casamento entre dois homossexuais do mesmo sexo. Parecendo redundância, não o é: para além da possibilidade legal de dois homossexuais de sexos diferentes, i.e., um homossexual e uma lésbica, poderem casar, QUANTOS HOMOSSEXUAIS ERAM JÁ “BEM CASADOS” E PAIS DE FILHOS?.
Serão estes mais sofredores do que os que pululam em “locais de engate”? Talvez. Muitos seguem a vida que lhe foi oferecida por uma sociedade que não os deixaria progredir caso se expusessem como homossexuais, outros não aguentam e são levados a actos extremos. E não são raros esses casos.
Mas, como disse, a ignorância e o medo relativos a tudo o que “não é normal” ditam desde logo epítetos de “contra-natura” ao desejo sexual de alguém que sente mais afinidades para com o mesmo sexo do que para com o sexo oposto.
Para as cabeças mais complicadas, a presente aprovação legal do matrimónio destas pessoas CONSTITUI UM PERIGO AINDA MAIOR.
Aprovado que está o direito básico e fundamental de QUALQUER PESSOA, INDEPENDENTEMENTE DO SEU GÉNERO, PODER CONTRAÍR MATRIMÓNIO, aguarda-se a sua promulgação no mais curto espaço de tempo possível.
Desenganem-se, porém, os mais incautos: A NOSSA SOCIEDADE HÁ-DE, POR MUITOS E BONS ANOS, CONTINUAR A DISCRIMINAR OS HOMOSSEXUAIS.
Aconteceu o mesmo quando se verificou a ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA ou da revisão da LEI DO CASAMENTO, no pós 25 de Abril: segundo essas cabeças, assistíamos então a uma VIOLAÇÃO DOS VALORES MORAIS, supostamente praticada por uma qualquer DETURPAÇÃO DE DIREITOS NATURAIS. Sabemos que tal foi, em alguma medida, ultrapassado, mas sabemos também que se pensa ainda assim.
Com o que poderão contar os homossexuais a partir de agora?
Bom, desde logo com a possibilidade de casarem e, dessa forma, com a obtenção dos mesmíssimos DIREITOS E DEVERES de qualquer outro casal, excepto no que se refere à POSSIBILIDADE DE PARENTALIDADE, por enquanto.
Mas poderão também contar com UMA FORTE RESISTÊNCIA, à sua condição de casados, sob formas mais ou menos encapotadas. E já se começam a ver por aí.
A única coisa com que os homossexuais poderão contar é com A SUA CAPACIDADE DE RESISTIR, para além de alguns débeis APOIOS, como este que se escreve.
O resto, será a própria sociedade a resolver, com o tempo, o uso e o costume. Demorará, decerto, mas chegará.
De facto, existem dois grandes motivos para este tipo de discriminação. Enquanto animais humanos que somos, e vivendo numa sociedade cujas convenções tendem a definir a “normalidade” – “normalidade” essa que não passa de uma colectânea de MITOS, os mesmos que ditam a IDEOLOGIA – tendemos a rejeitar o que extravasa esse sentimento seguro. Essa rejeição deve-se sobretudo à IGNORÂNCIA e ao MEDO.
Todo o problema em torno desta lei tem vindo a ser discutido sob este prisma, o das coisas NATURAIS e o das coisas CONTRA-NATURA, disfarçados por enquadramentos pseudo-científicos, pseudo-sociológicos, pseudo-legais e pseudo-religiosos, quando, afinal, tudo se traduz numa frase, a mais descabida de todas e, no entanto, a mais presente nessas bocas retrógradas: NÃO TENHO NADA CONTRA, DESDE QUE FAÇAM O QUE TÊM A FAZER DENTRO DE PORTAS. Como o têm feito muitos dos que a vociferam, direi eu.
Reparemos no seguinte: na realidade, o casamento de homossexuais não era proibido. O que era proibido era o casamento entre dois homossexuais do mesmo sexo. Parecendo redundância, não o é: para além da possibilidade legal de dois homossexuais de sexos diferentes, i.e., um homossexual e uma lésbica, poderem casar, QUANTOS HOMOSSEXUAIS ERAM JÁ “BEM CASADOS” E PAIS DE FILHOS?.
Serão estes mais sofredores do que os que pululam em “locais de engate”? Talvez. Muitos seguem a vida que lhe foi oferecida por uma sociedade que não os deixaria progredir caso se expusessem como homossexuais, outros não aguentam e são levados a actos extremos. E não são raros esses casos.
Mas, como disse, a ignorância e o medo relativos a tudo o que “não é normal” ditam desde logo epítetos de “contra-natura” ao desejo sexual de alguém que sente mais afinidades para com o mesmo sexo do que para com o sexo oposto.
Para as cabeças mais complicadas, a presente aprovação legal do matrimónio destas pessoas CONSTITUI UM PERIGO AINDA MAIOR.
Aprovado que está o direito básico e fundamental de QUALQUER PESSOA, INDEPENDENTEMENTE DO SEU GÉNERO, PODER CONTRAÍR MATRIMÓNIO, aguarda-se a sua promulgação no mais curto espaço de tempo possível.
Desenganem-se, porém, os mais incautos: A NOSSA SOCIEDADE HÁ-DE, POR MUITOS E BONS ANOS, CONTINUAR A DISCRIMINAR OS HOMOSSEXUAIS.
Aconteceu o mesmo quando se verificou a ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA ou da revisão da LEI DO CASAMENTO, no pós 25 de Abril: segundo essas cabeças, assistíamos então a uma VIOLAÇÃO DOS VALORES MORAIS, supostamente praticada por uma qualquer DETURPAÇÃO DE DIREITOS NATURAIS. Sabemos que tal foi, em alguma medida, ultrapassado, mas sabemos também que se pensa ainda assim.
Com o que poderão contar os homossexuais a partir de agora?
Bom, desde logo com a possibilidade de casarem e, dessa forma, com a obtenção dos mesmíssimos DIREITOS E DEVERES de qualquer outro casal, excepto no que se refere à POSSIBILIDADE DE PARENTALIDADE, por enquanto.
Mas poderão também contar com UMA FORTE RESISTÊNCIA, à sua condição de casados, sob formas mais ou menos encapotadas. E já se começam a ver por aí.
A única coisa com que os homossexuais poderão contar é com A SUA CAPACIDADE DE RESISTIR, para além de alguns débeis APOIOS, como este que se escreve.
O resto, será a própria sociedade a resolver, com o tempo, o uso e o costume. Demorará, decerto, mas chegará.
Carlos José Teixeira ( assina nos comentários cjt)