23/10/2009

AS NOVAS LIDERANÇAS NO MUNDO


Desde os primórdios de sua existência , os seres humanos na sua grande maioria , têm a necessidade de lideranças , muitas vezes nascidas pelo desejo de dominação e pela imposição da força bruta e não pela razão .

As lutas pela posse das melhores terras para caçar e morar deram origem às guerras e estas necessitam de quem as comande ou seja uma maioria obedecendo a uma minoria que ordena e impõe sua força bruta , física ou psíquica .

Quando as guerras surgiram nos primórdios , a força bruta era necessária principalmente porque as armas utilizadas eram pesadas e as distâncias a percorrer a pé ou à cavalo eram longas e desgastantes e os perigos físicos eram grandes e reais .

Estas condições físicas difíceis permitiram ao homem adulto , animal geralmente com mais força física do que a mulher , impor-se e dominar assumindo a liderança do grupo integrado por homens , mulheres , crianças e idosos.

Hoje em dia sabe-se que os líderes que utilizam a força bruta , física ou psíquica , para se imporem não são os mais sábios e basta observar os modos de vida , os gostos , o lazer , os modos de estar e ser dessas lideranças .

Essas lideranças brutas são o pilar na continuação das guerras pois desenvolveram em si o espírito de poder como fim .

O poder pessoal , como fim , determina a necessidade de liderados “dominados” para a manutenção desse poder .

Por sua vez os liderados desenvolvem em si esse poder pois o chefe transmite ao seu subordinado seu modo de ser embora em escala menor .

No seu cargo hierárquico inferior mas de comando ou no seu pequeno mundo familiar o subordinado exerce seu pequeno poder , muito para ele , gerando-se assim um circulo vicioso em que liderados sustentam os líderes e vice-versa , um precisa do outro para existir .

As organizações precisam de crentes e quantos mais crentes mais considerada é a “verdade” pregada mas e se não houver crentes para as supostas verdades ?

Nas sociedades aonde a maioria dos indivíduos têm em si esse espírito de poder como fim , só pela imposição do medo através da força bruta ou subtil, leis com castigos , ameaças , etc. , é possível criar uma certa ordem exterior social pois de outro modo seria o caos .

O poder quando é exercido como um fim , e é o caso na maioria dos países com suas democracias regidas por grupos de partidos , tudo faz para manter os benefícios desse poder e dominar mas esse poder não é o mais inteligente e criativo nem se fundamenta num desenvolvimento sustentado .

Tanto é assim , que o resultado após estes anos de democracias tecnológicas é um total desequilíbrio social e ambiental .

Como consequência disso , com o domínio cada vez maior das tecnologias e da informação on-line , os cidadãos mais novos caminham para um processo de mudanças radicais nas lideranças e vão expurgando muitos dos “mais velhos” .

Os resultados desastrosos sociais e ambientais gerados pelos cidadãos “mais velhos” , líderes e liderados , são cada vez maiores e não resta aos mais novos senão uma reacção radical assumindo lideranças .

Estas mudanças de lideranças nascem não porque os mais jovens sejam mais sapientes do que os mais velhos mas simplesmente porque uma maioria dos mais novos , em geral , dominam mais rapidamente as novas tecnologias e mais rapidamente estão dispostos às novas mudanças de atitude necessárias para enfrentar as dificuldades actuais .

Também há “ mais velhos” capazes e sapientes que dominam as novas tecnologias e têm uma nova atitude , no passado e no presente .

Todas as sociedades humanas têm necessidade de lideranças mas estas devem desenvolver-se através de um espírito de colaboração sapiente e os partidos devem ser Instituições que exercitam o poder como um meio de transformações que beneficiem a todos e não como um fim pessoal ou do grupo .


Valdemar F. Ribeiro