Mário Russo
Angola está em ebulição devido à realização do CAN 2010, um orgulho nacional para os angolanos. São quatro belos estádios construídos e todo um conjunto de equipamentos e infra-estruturas que lhes estão obrigatoriamente associados que vêm à luz do dia. Assim, estão em reabilitação estradas, sistemas de abastecimento de água, sistemas de comunicação e Internet com a instalação da fibra óptica, novos hotéis, centros de saúde, limpeza urbana e diminuição do passivo ambiental (que é enorme). Não é, como se constata, apenas o desporto a beneficiar, nem tão pouco os poucos dias em que o evento terá lugar. Uma organização que obrigou a acelerar reformas que beneficiam todos.
Mas Angola não é só o CAN. Outras realizações continuam na linha de pensamento dos seus dirigentes, em diversas frentes, com o objectivo de diversificar a economia, excessivamente dependente do petróleo. Está em marcha a construção de um milhão de casas populares para suprir as enormes carências que o país tem. Pode traduzir-se, caso o governo o entenda, na grande oportunidade de requalificar a sua capital, Luanda, transformando-a na capital de África, uma cidade apetecível para se trabalhar e aprazível para se viver. Hoje Luanda é um foco de problemas.
Os desafios são grandes, porque a poluição diversa, com especial ênfase para aquela que se vê menos, que é a atmosférica, é muito grande. A concentração de partículas inaláveis é muitas vezes superior ao observado nos piores dias do Porto e as consequências na saúde pública são constatáveis pela percentagem elevada de jovens de 17 a 20 anos com hipertensão arterial, muito acima de qualquer outra região.
Luanda não tem pulmões verdes, pois foram tomados por musseques (favelas) e as árvores usadas para queima, destruindo-se os ecossistemas naturais. Aliás, o mesmo aconteceu em diversas outras periferias de cidades angolanas, notando-se uma desertificação nítida, a exigir reflorestação. Outro dos desafios.
Aqui pode entrar o tal programa de casas populares do governo, incentivando milhares e milhares de angolanos das províncias que para aqui fugiram em busca de segurança (física ou de abastecimento e trabalho) nos tempos de guerra. O governo poderia atribuir milhares de casas a serem construídas nas províncias aos residentes de musseques de Luanda e oriundos das províncias. Depois da construção, transferiam-sevas famílias para as terras de origem, com apoios adequados. As barracas deixadas seriam demolidas, as áreas saneadas e de imediato construídas as infra-estruturas entretanto para ali planeadas (áreas verdes, parques desportivos ou habitacionais de qualidade, parques industriais e comerciais, etc.).
Esta operação poderia retirar de Luanda mais de 2 milhões de habitantes, com consequências benéficas directas para a cidade e que contribuiriam para o desenvolvimento das terras de origem.
Esta é apenas uma das sugestões sobre um programa concreto para que na sua implementação se atinjam não apenas o objectivo de realojamento, mas de ordenamento e requalificação social e ambiental da capital de Angola, porque um país a caminho de se tornar na maior potência de África, tem de dar bons exemplos e, estou certo, Angola os dará.
Angola está em ebulição devido à realização do CAN 2010, um orgulho nacional para os angolanos. São quatro belos estádios construídos e todo um conjunto de equipamentos e infra-estruturas que lhes estão obrigatoriamente associados que vêm à luz do dia. Assim, estão em reabilitação estradas, sistemas de abastecimento de água, sistemas de comunicação e Internet com a instalação da fibra óptica, novos hotéis, centros de saúde, limpeza urbana e diminuição do passivo ambiental (que é enorme). Não é, como se constata, apenas o desporto a beneficiar, nem tão pouco os poucos dias em que o evento terá lugar. Uma organização que obrigou a acelerar reformas que beneficiam todos.
Mas Angola não é só o CAN. Outras realizações continuam na linha de pensamento dos seus dirigentes, em diversas frentes, com o objectivo de diversificar a economia, excessivamente dependente do petróleo. Está em marcha a construção de um milhão de casas populares para suprir as enormes carências que o país tem. Pode traduzir-se, caso o governo o entenda, na grande oportunidade de requalificar a sua capital, Luanda, transformando-a na capital de África, uma cidade apetecível para se trabalhar e aprazível para se viver. Hoje Luanda é um foco de problemas.
Os desafios são grandes, porque a poluição diversa, com especial ênfase para aquela que se vê menos, que é a atmosférica, é muito grande. A concentração de partículas inaláveis é muitas vezes superior ao observado nos piores dias do Porto e as consequências na saúde pública são constatáveis pela percentagem elevada de jovens de 17 a 20 anos com hipertensão arterial, muito acima de qualquer outra região.
Luanda não tem pulmões verdes, pois foram tomados por musseques (favelas) e as árvores usadas para queima, destruindo-se os ecossistemas naturais. Aliás, o mesmo aconteceu em diversas outras periferias de cidades angolanas, notando-se uma desertificação nítida, a exigir reflorestação. Outro dos desafios.
Aqui pode entrar o tal programa de casas populares do governo, incentivando milhares e milhares de angolanos das províncias que para aqui fugiram em busca de segurança (física ou de abastecimento e trabalho) nos tempos de guerra. O governo poderia atribuir milhares de casas a serem construídas nas províncias aos residentes de musseques de Luanda e oriundos das províncias. Depois da construção, transferiam-sevas famílias para as terras de origem, com apoios adequados. As barracas deixadas seriam demolidas, as áreas saneadas e de imediato construídas as infra-estruturas entretanto para ali planeadas (áreas verdes, parques desportivos ou habitacionais de qualidade, parques industriais e comerciais, etc.).
Esta operação poderia retirar de Luanda mais de 2 milhões de habitantes, com consequências benéficas directas para a cidade e que contribuiriam para o desenvolvimento das terras de origem.
Esta é apenas uma das sugestões sobre um programa concreto para que na sua implementação se atinjam não apenas o objectivo de realojamento, mas de ordenamento e requalificação social e ambiental da capital de Angola, porque um país a caminho de se tornar na maior potência de África, tem de dar bons exemplos e, estou certo, Angola os dará.