Meu Caro Joaquim Jorge:
Estou na sintonia do seu último programa (em repetição), que está já na fase final (musical...). E quero-lhe dizer o seguinte:
- Fui progressivamente sentindo-me "incomodado" com algumas chamadas tendenciosas, talvez mais do que isso, maldosas.
- Apreciei sobremodo a sua capacidade de encaixe, subordinada à inteligência de cortar pela raiz - sem perder a tramontana - as tentativas muito mais imbecis do que... invejosas.
- É dificílimo o seu papel, principalmente nesta fase do campeonato político, onde impera o fanatismo e, claro, o interesse pelo Poder. E a conquista do dito é tão importante - porque será?... - que até pessoas discernidas e bem formadas se transformam em díscolos destituídos. Uma farsa ou antes uma tragédia para a democracia autêntica?...
- Como eu o compreendo, caro Joaquim Jorge. Vejo-me em palpos de aranha para gerir equilíbrios na gestão noticiosa, de opinião, programação política e até desportiva desta emissora local.
- Somos sempre "presos por ter cão e presos por não o ter", não é meu caro?
- Uns minutos antes de ligar a telefonia para escutar o seu programa, encontrei um camarada do PS, antigo deputado da Assembleia Constituinte, a tal onde entraram alguns destituídos pelo empurrão do PREC. Cumprimentei-o afavelmente e recebi como resposta grosseira um dixote do tipo, "passas a dizer mal do Partido Socialista na rádio, blá, blá, blá blá..."
- Sabe, Joaquim Jorge, a deturpação e o fanatismo fazem lei, e gente de cabecinha menor confunde o direito à crítica; acha que pelo facto de militarmos numa força política só podemos ser acéfalos seguidistas. Por isso, Manuel Alegre, Helena Roseta, Henrique Neto, To Zé Seguro, etc., e noutro plano, João Lourival, Júlio Vasconcelos e outros, não são verdadeiros socialistas. Só é "bom socialista" quem estiver de acordo com tudo o que Sócrates faz e diz. E quem se atrever a discordar, criticar e não apoiar o estilo e algumas medidas, será perseguido e até proscrito. Ou seja, para se ser socialista tem que se ser um militante domesticado, tipo lulu amestrado às ordens do dono.
- É o corporativismo instalado e que mina dia-a-dia a confiança no sistema de partidos.
-É a séria ameaça à liberdade de opinião, de expressão e de pensamento.
- Já vou longe nestas notas reflexivas, que pretendem, no fundo, repetir-lhe o que disse no preâmbulo da primeira emissão do seu programa na RCM, isto é: Enquanto no comando desta Rádio, ninguém travará a liberdade de o biólogo Joaquim Jorge produzir um programa de opinião plural, livre e com inelutável interesse para o desenvolvimento do exercício pleno da Cidadania
Aceite o abraço amigo do
Estou na sintonia do seu último programa (em repetição), que está já na fase final (musical...). E quero-lhe dizer o seguinte:
- Fui progressivamente sentindo-me "incomodado" com algumas chamadas tendenciosas, talvez mais do que isso, maldosas.
- Apreciei sobremodo a sua capacidade de encaixe, subordinada à inteligência de cortar pela raiz - sem perder a tramontana - as tentativas muito mais imbecis do que... invejosas.
- É dificílimo o seu papel, principalmente nesta fase do campeonato político, onde impera o fanatismo e, claro, o interesse pelo Poder. E a conquista do dito é tão importante - porque será?... - que até pessoas discernidas e bem formadas se transformam em díscolos destituídos. Uma farsa ou antes uma tragédia para a democracia autêntica?...
- Como eu o compreendo, caro Joaquim Jorge. Vejo-me em palpos de aranha para gerir equilíbrios na gestão noticiosa, de opinião, programação política e até desportiva desta emissora local.
- Somos sempre "presos por ter cão e presos por não o ter", não é meu caro?
- Uns minutos antes de ligar a telefonia para escutar o seu programa, encontrei um camarada do PS, antigo deputado da Assembleia Constituinte, a tal onde entraram alguns destituídos pelo empurrão do PREC. Cumprimentei-o afavelmente e recebi como resposta grosseira um dixote do tipo, "passas a dizer mal do Partido Socialista na rádio, blá, blá, blá blá..."
- Sabe, Joaquim Jorge, a deturpação e o fanatismo fazem lei, e gente de cabecinha menor confunde o direito à crítica; acha que pelo facto de militarmos numa força política só podemos ser acéfalos seguidistas. Por isso, Manuel Alegre, Helena Roseta, Henrique Neto, To Zé Seguro, etc., e noutro plano, João Lourival, Júlio Vasconcelos e outros, não são verdadeiros socialistas. Só é "bom socialista" quem estiver de acordo com tudo o que Sócrates faz e diz. E quem se atrever a discordar, criticar e não apoiar o estilo e algumas medidas, será perseguido e até proscrito. Ou seja, para se ser socialista tem que se ser um militante domesticado, tipo lulu amestrado às ordens do dono.
- É o corporativismo instalado e que mina dia-a-dia a confiança no sistema de partidos.
-É a séria ameaça à liberdade de opinião, de expressão e de pensamento.
- Já vou longe nestas notas reflexivas, que pretendem, no fundo, repetir-lhe o que disse no preâmbulo da primeira emissão do seu programa na RCM, isto é: Enquanto no comando desta Rádio, ninguém travará a liberdade de o biólogo Joaquim Jorge produzir um programa de opinião plural, livre e com inelutável interesse para o desenvolvimento do exercício pleno da Cidadania
Aceite o abraço amigo do
João Lourival
director da RCM