Joaquim Jorge
O estudo feito pela SEDES ( Associação para o Desenvolvimento Económico e Social ) sobre a «A Qualidade da Democracia em Portugal: A Perspectiva dos Cidadãos», em que os portugueses não acreditam no sistema político , muito menos na Justiça e o poder político está dependente do poder económico. Com todo o respeito pelos intervenientes e de quem fez este estudo, não traz nada que não se saiba. Nós, como clube de reflexão, temos alertado para as mais diversas situações e procurado aproximar os cidadãos dos políticos e vice-versa. Sugerindo caminhos e soluções , mas como não fazemos parte da tecnocracia vigente e corremos por fora estando nas bordas da sociedade. O poder instalado olha-nos de lado mas estamos a ganhar espaço e peso com o tempo.Justiça há sim , para os mais fracos e sem influência, .Os políticos (nem todos) julgam-se uma casta superior acima de tudo e de todos, em que têm direitos e nenhumas obrigações. Os programas eleitorais são feitos de cima para baixo e não de baixo para cima , no fundo impostos em que a opinião de quem vota não é (ou pouco é ) tida em conta. Dar voz aos cidadãos é uma treta . A obscenidade e vergonha de tudo fazerem para sacar votos e estarem durante as campanhas , junto dos cidadãos e depois durante quatro anos mandam-nos às malvas.
Os directórios partidários colocam quem eles querem nas listas e não quem tem mérito, provas dadas e valor. Daí às diversas eleições concorre quem eles querem e não quem quer. Em Portugal a culpa morre sempre solteira salvo raríssimas excepções. E , outros direitos como igualdade no acesso ao ensino, saúde, participação cívica, política, etc., não existem , são parciais e deturpadas. Valha a verdade que os portugueses são muito culpados , pois num estudo recente sentem-se pobres, desmobilizados mas felizes. O seu grau de exigência e reivindicativo é nulo. Daí, terem o que merecem. Quem pugna pelos seus direitos, é assertivo e exigente , é considerado malcriado e sem maneiras. O melhor é estar calado... O medo faz parte da nossa sociedade de cobardes e sem coragem cívica. Porém, eu não me calo , e quando vir e sentir uma injustiça , falarei sempre bem alto custe o que custar e doa a quem doer.