20/07/2009

INCAUTOS


José Magalhães


A mulher pedia dinheiro e prometia juros altos.
A mulher oferecia créditos a quem não os conseguia nos "bancos normais", a troco de juros elevados.
A mulher pedia dinheiro adiantado para elaborar os processos.
Tudo isto acontecia em Almada. Os "lesados", agora que a senhora desapareceu com todo o dinheiro, a que chamam incautos, não eram muito mais que pessoas que julgavam estar a contornar a lei e os processos de depósitos e empréstimos vigentes. Estavam à espera de juros muito altos nos seus depósitos e/ou baixos nos empréstimos que a banca não lhes fornecia. Não foram mais que "chico-espertos" que perderam no jogo em que entraram.
Com tanta informação, o aparecimento de mais uma "Dona Branca", só é possível pela ganância de uns, muitos, e o desespero de outros, poucos.
E, apesar de a mulher, que se dizia banqueira, e da empresa que a acobertava, deverem ser condenadas a penas pesadas pela prática deste crime, os chamados "incautos" não são dignos de pena, antes deveriam também ser julgados e condenados pelas suas acções
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