A tese apresentada por Conceição Pequito na obra «O Povo Semi-soberano . Partidos Políticos e Recrutamento Parlamentar em Portugal» que analisa e especifica o nosso sistema político. Esta tese de doutoramento é interessante mas não vem dizer nada que já não soubéssemos para quem está dentro dos partidos ou luta contra o seu funcionamento decrépito. Foca a falta de intervenção da sociedade civil , mas o problema é quando alguém procura intervir e emana da sociedade civil os partidos e a maioria da comunicação social procura obstaculizar tal , ressalvando raras excepções.
Os partidos políticos deveriam ter todo o interesse em melhorar a sua imagem pública perante os votantes e os cidadãos que lhes dão o seu apoio sufragando os seus candidatos. Deve fazer-se nos partidos uma selecção dos melhores candidatos e dos diferentes lugares electivos. Deve-se ter em conta a capacidade intelectual , e não só , o seu grau de popularidade sem um aval de conhecimento , para que não sejam eleitos indivíduos sem capacidade suficiente para desempenhar as funções inerentes na percussão de projectos e leis em beneficio da sociedade . Os partidos devem fazer um bom uso dos seus recursos humanos , com pessoas que prestigiem a política com um nível médio-elevado de cultura. É evidente que nos partidos portugueses , salvo raras excepções , tal não acontece nem vai acontecer no futuro. Começa por esta campanha para as europeias em vez de incentivar o voto provoca o contrário. A uma semana das urnas os candidatos dos partidos não falam de políticas a defender na Europa mas de política interna e de tricas sempre ligadas a corrupção . Contra um ataque não há argumentos mas um contra-ataque: « e vocês também fizeram isto e aquilo». O efeito desta sobredose não é atrair mas estimular a abstenção.