Mário Russo
José Sócrates foi eleito não por ser engenheiro, mas um político. Tinha charme e um discurso de mudança. Milhares depositaram nele confiança suficiente para pensar que Portugal iria viver uma nova era política. Uma nova forma de abordar as questões e encetar as reformas profundas que se clamam no país, pese embora os diagnósticos da sua necessidade, que ninguém teve coragem de as implementar.
Sócrates tinha esse capital de esperança como combustível para realizar as mudanças, com as pessoas e não contra elas. Não foi capaz de perceber que não se pode “tirar um sorvete de uma criança sem ser com muito carinho”.
Em apenas menos de 4 anos desbaratou essa riqueza, porque manteve um autismo e uma arrogância irritantes. Atacou professores, funcionários públicos, magistrados, polícias, etc. Disse que não aumentava impostos e fez o oposto. Evidentemente que não é que não fosse necessário encetar mudanças. O mal foi a forma e método de abordagem, que foram coincidentes com uma série de trapalhadas (licenciatura, apartamentos, Freeport, e tio tagarela pelo meio) não abonaram para a seriedade da intervenção, pois exigia firmeza, rigor, honestidade, transparência e muito tacto.
O povo foi às urnas para dizer basta. Estamos fartos de ouvir o sr. Engenheiro e os seus ministros irritantes (Pereira da Silva, Santos Silva e Lurdes Rodrigues). Estamos fartos de ouvir o senhor deputado líder da bancada.
Sócrates transformou uma maioria num estado de confusão governativa, a manterem-se os actuais resultados destas “primárias”. Já não pode remodelar, porque é tarde. O que pode fazer até Outubro?
Ter um lampejo de discernimento e corrigir o seu comportamento e dos seus ministros. Não ter receio de alterar a estratégia, sem ceder a populismos. Dar razão às vozes que acham que os mega investimentos devem ser reprogramados. Keynes é sempre revisitado e lembrado para as justificar. Que eu saiba John Maynard Keynes, antes de morrer em 1946, não disse que os bons investimentos para Portugal, em tempo de grave crise, seriam o TGV, o novo aeroporto e mais auto-estradas.
Deve avançar imediatamente com um arrojado programa verdadeiramente Keynesiano de investimentos públicos de pequena e média dimensão. Os projectos de hospitais, escolas, centros de saúde, laboratórios, estradas municipais e nacionais abandonadas que estavam em gavetas, devem ser resgatados, para evitar ainda mais desemprego. Qualquer euro “dado” a uma empresa para manter emprego, é melhor que dá-lo em fundo de desemprego.
As reformas da justiça já não podem ser feitas nesta altura. As da educação também não terão bom fim com os actuais actores, ministra e sindicatos. Por isso, o grande foco deve ser o emprego. Evitar a deterioração social e a confrontação. As reformas, podem esperar. É melhor não afrontar mais as corporações nesta altura. Não fazer birras com o Presidente por questões infantis, como estatuto dos Açores e financiamento (guia de corrupção) dos partidos.
Sócrates tem de abandonar o autismo e descer à terra. Deixar que os outros partidos apareçam e apresentam as suas soluções e tentar capitalizar ao máximo.
José Sócrates foi eleito não por ser engenheiro, mas um político. Tinha charme e um discurso de mudança. Milhares depositaram nele confiança suficiente para pensar que Portugal iria viver uma nova era política. Uma nova forma de abordar as questões e encetar as reformas profundas que se clamam no país, pese embora os diagnósticos da sua necessidade, que ninguém teve coragem de as implementar.
Sócrates tinha esse capital de esperança como combustível para realizar as mudanças, com as pessoas e não contra elas. Não foi capaz de perceber que não se pode “tirar um sorvete de uma criança sem ser com muito carinho”.
Em apenas menos de 4 anos desbaratou essa riqueza, porque manteve um autismo e uma arrogância irritantes. Atacou professores, funcionários públicos, magistrados, polícias, etc. Disse que não aumentava impostos e fez o oposto. Evidentemente que não é que não fosse necessário encetar mudanças. O mal foi a forma e método de abordagem, que foram coincidentes com uma série de trapalhadas (licenciatura, apartamentos, Freeport, e tio tagarela pelo meio) não abonaram para a seriedade da intervenção, pois exigia firmeza, rigor, honestidade, transparência e muito tacto.
O povo foi às urnas para dizer basta. Estamos fartos de ouvir o sr. Engenheiro e os seus ministros irritantes (Pereira da Silva, Santos Silva e Lurdes Rodrigues). Estamos fartos de ouvir o senhor deputado líder da bancada.
Sócrates transformou uma maioria num estado de confusão governativa, a manterem-se os actuais resultados destas “primárias”. Já não pode remodelar, porque é tarde. O que pode fazer até Outubro?
Ter um lampejo de discernimento e corrigir o seu comportamento e dos seus ministros. Não ter receio de alterar a estratégia, sem ceder a populismos. Dar razão às vozes que acham que os mega investimentos devem ser reprogramados. Keynes é sempre revisitado e lembrado para as justificar. Que eu saiba John Maynard Keynes, antes de morrer em 1946, não disse que os bons investimentos para Portugal, em tempo de grave crise, seriam o TGV, o novo aeroporto e mais auto-estradas.
Deve avançar imediatamente com um arrojado programa verdadeiramente Keynesiano de investimentos públicos de pequena e média dimensão. Os projectos de hospitais, escolas, centros de saúde, laboratórios, estradas municipais e nacionais abandonadas que estavam em gavetas, devem ser resgatados, para evitar ainda mais desemprego. Qualquer euro “dado” a uma empresa para manter emprego, é melhor que dá-lo em fundo de desemprego.
As reformas da justiça já não podem ser feitas nesta altura. As da educação também não terão bom fim com os actuais actores, ministra e sindicatos. Por isso, o grande foco deve ser o emprego. Evitar a deterioração social e a confrontação. As reformas, podem esperar. É melhor não afrontar mais as corporações nesta altura. Não fazer birras com o Presidente por questões infantis, como estatuto dos Açores e financiamento (guia de corrupção) dos partidos.
Sócrates tem de abandonar o autismo e descer à terra. Deixar que os outros partidos apareçam e apresentam as suas soluções e tentar capitalizar ao máximo.