13/06/2009

Cristiano Ronaldo Fenómeno

Mário Russo

O futebol é um desporto de massas e é inexplicável a sua força na maior parte das sociedades do nosso tempo. Transporta paixões acima de qualquer religião. É difícil descrever, mas mais ainda explicar esta “religião”.

Escrevo este pequeno texto por ter ouvido o sr. Platini dizer aleivosidades acerca da transferência de Cristiano Ronaldo ( CR ) para o Real Madrid. Este senhor já prejudicou mais Portugal que dispenso chamá-lo de xenófobo, porque não é preciso.

Também me espanta os invejosos de Barcelona e outros que vociferaram contra a transferência como se fosse um crime. Lamento igualmente o pieguismo dos que lamentam os valores e fazem contas aos pobres que poderiam ser ajudados com esse dinheiro. Daria para perguntar porquê tanto interesse quando o dinheiro é dos outros. Aliás, há tantos a preocuparem-se com os pobres do mundo que estes já deviam ter desaparecido ante tamanha legião de benfeitores e defensores.

O presidente do Real Madrid contratou uma marca de grande valor comercial e de inegável valor futebolístico. Em pouco tempo a venda de produtos com a marca CR pagará a transferência. Acrescentará valor aos cofres do Real e o resto são fogachos de invejosos e incompetentes para fazerem o mesmo.

Hipocrisia é falar da crise para repudiar tal valor. O Preconceito por este desporto de pobres e ricos, de brancos e negros é que infunde ódio a pseudo-intelectuais que não se escandalizam com valores superiores de transacções na NBA, na F1, no Golfe, no ténis e o que artistas como Tom Cruise ganham num só filme. Porque são desportos/actividades de elite. O futebol, jogado pela populaça, e em que o protagonista não é um vulto da cultura, é objecto de combate feroz.
Florentino Perez contratou com sabedoria Kaká, que é cerebral e constituirá com CR um par fenomenal, estou certo. Contratou perfume para os relvados que transformará os jogos em espectáculo. Claro que o Barça, o eterno rival, atacou, por inveja. O que pretende o seu presidente é que o Real seja uma presa fácil como foi este ano, que o humilhou em seu pleno estádio.

Os detractores devem avaliar a transferência depois de avaliarem o retorno do investimento e não antes. A diferença está na estatura de quem é visionário e de quem é medíocre. Florentino já é falado no mundo todo, tal como o Real e CR. Por tabela Portugal já está a ganhar, porque milhões de fãs acedem à Internet para saber sobre o nosso país e como produz tantos talentos.

CR, tal como Mourinho e Figo, fazem mais pelo país que todos os políticos, escritores, cientistas e artistas juntos. Platini é um anão de vistas curtas com poder para afrontar clubes como os portugueses, que são desunidos e que dão tiros nos pés uns aos outros, mas sem poder para aprovar medidas contra a exploração dos clubes aos seus jogadores e à falta de meios financeiros para pagar os respectivos ordenados, limitando efectivamente a capacidade de pagamento das folhas de salários a 55% das respectivas receitas.