A visita de uma semana à Turquia constituiu para mim uma agradável
surpresa. Trata-se de um grande país que
, embora seja muçulmano, apresenta características orientais e
ocidentais que se «casam» harmoniosamente numa simbiose que se aprecia
e cativa.
Nos contactos que tive com a população turca ( percorri cerca de 600
quilómetros) falando em inglês e francês, senti grande simpatia pelos
Portugueses. Falavam-me de Figo, Ronaldo e sobretudo do presidente da
Comissão Europeia, Dr. Durão Barroso, grande apoiante da entrada do seu
país na Comunidade Europeia. Ao ter conhecimento de que de que eu era
português, abriram-se-me as portas e levaram-me a entrar nas suas
mesquita e outros lugares sagrados para os fiéis de Maomé, porque me
iam dizendo que os Portugueses sempre souberam respeitar os usos,
costumes e religião dos outros povos e culturas. Senti, por isso, um
certo orgulho por estar ali a representar o meu país, embora sem
mandado oficial de qualquer espécie.
Senti, por outro lado, uma certa mágoa por parte da maioria das
pessoas com quem tive a oportunidade de contactar, pelo sistemático
adiamento da entrada do seu país na nossa Comunidade, pelo que lhes
afiancei que Portugal tudo faria para que a Turquia fosse de pleno
direito o próximo país a entrar na União Europeia.
Na verdade, foram os Portugueses os pioneiros do diálogo entre as
civilizações, hoje tão proclamado, e por isso, espera-se que a actual
elite política e intelectual continue a desempenhar esse papel de
humanidade universal que sempre caracterizou o génio português.
Ao chegar a Portugal na passada sexta-feira, dia 8 de Maio, fiquei
surpreendido e contente ao ler a notícia de que o Presidente da
República, Dr. Cavaco Silva iria visitar oficialmente a Turquia.
Fiquei contente porque sei que o Presidente da república vai ser
recebido com todas as honras e simpatia e que a sua estadia vai ser um
êxito. Pela notícias veiculadas hoje pela imprensa, confirma-se
plenamente a minha previsão.
É importante para Portugal reforçar os laços de cooperação e amizade
com a Turquia que, para além de ser um grande país com uma agricultura
e uma indústria de ponta, é nação aberta ao progresso e á fraternidade
entre os povos de religiões diferentes. Os templos cristãos ali bem
conservados e respeitados.
Espera-se por tudo isto que os nossos deputados europeus
eleitos nas próximas eleições tenham disto conhecimento e tudo façam
para que este grande país, charneira entre o oriente e o ocidente,
entre o mais rápido possível na União Europeia.
Francisco Azevedo Brandão