Mário Russo
Os cartazes de candidatos e partidos estão já por todo o lugar, pese embora o zelo do Zé de Lisboa, de Guilherme Pinto em Matosinhos e de Mário de Almeida em Vila do Conde.
Uma das primeiras a aparecer foi a de Vital Moreira e o seu “nós, europeus” que seria um bom cartaz para qualquer partido xenófobo e racista, dado que a designação de europeus casa com brancos. Ora numa sociedade etnicamente plural onde há milhares de negros que são tão portugueses como os brancos, este cartaz soa a racismo.
O PSD brinda-nos com o seu candidato bochechudo com o “pelo interesse nacional assino por baixo”. Nenhuma criatividade porque qualquer um o faria. Se morresse pelo interesse nacional ainda teria alguma imaginação.
Rui Rio aparece a dizer “com os dois pés no Porto”. Se fosse com a cabeça, ainda seria inteligente, mas com os pés? Será uma alusão ao futebol? Ora já há muita gente que tem sujado com os pés o Porto, para quê mais um?
Em Gondomar a candidata do PS diz “Gondomar é capaz”. De facto é, e do pior, que foi eleger o sr. Major, mesmo com tudo o que se sabe e vai sabendo e a sua expulsão do partido, certamente que não pelas boas razões.
A candidata ao Parlamento europeu da CDU, Ilda Figueiredo está como uma artista a dizer “a CDU faz a diferença”, para quê ou quem? Diferença para a transparência, a competência, a ética ou para o seu oposto?
Pelos vistos a crise é tão forte que fundiu os criativos das campanhas eleitorais. Falta de talento criativo no meio e na substância.
Salva-se o “Porreiro para quem, pá?” do BE, com o clássico abraço de Sócrates e Durão na cimeira de Lisboa. De facto está bom para os Constâncios, Mexias, Zeinais, Varas, Ferreiras de Oliveira, Jardins Gonçalves e os Madoffs que afundaram o sistema financeiro e estão aí na primeira linha a pedir a intervenção dos estados. Porreiraço.