04/04/2009

O DESGOSTO DE ALGUNS, A ALEGRIA DE MUITOS


José Magalhães

Era uma vez um envelope, uma ressabiada, muitos invejosos, um de muitos processos, um jogo de futebol, advogados, testemunhas, muitos jornais e televisões, um tribunal e uma juíza.
Era também uma vez, o desejo de acabar com a carreira e a credibilidade de um homem, outros dois apanhados no meio desse desejo, vinganças pessoais e clubísticas, a falta de credibilidade da principal testemunha, a voragem de quem se serviu dela, um livro mal escrito, um crime de corrupção activa desportiva e outro de corrupção passiva, declarações bombásticas, primeiras páginas de jornais, aberturas de noticiários televisivos, escutas telefónicas e muito empenho de gente escondida por trás da escritora. A meritíssima juíza ouviu, pensou, estudou, não encontrou culpa delito ou crime e declarou a absolvição, de todas as acusações, dos acusados.
Tudo seria normal se o Ministério Público, que perdeu, não fosse obrigado a recorrer da sentença para não perder a face, e não tenhamos (em especial e principalmente os acusados e absolvidos) de ser sujeitos de novo ao recomeço disto tudo. E mais dinheiro deitado fora, e tempo perdido, para se apurar o que já está mais que apurado e esclarecido.