08/04/2009

A CAÇA AO DESGRAÇADO


José Magalhães

A DGI anda muito activa. Em pouco mais de um mês enviou milhares (mais de seis mil) de notificações a gestores, para pagar o que as firmas que geriram, e que falindo não têm bens para o fazer, devem ao fisco.
Este é um caso extraordinário, para usar um termo caro ao nosso Primeiro. As firmas que têm uma responsabilidade limitada à empresa, por isso são "..., Lda.", l.i.m.i.t.a.d.a, deixaram de o ser e agora os zelosos fiscais, vão buscar a casa dos gestores ou gerentes dessas empresas, micro e médias, o dinheiro das dívidas da empresa (coimas fiscais), o que nunca deveriam poder fazer.
O gerente ou gestor, já não tem direito a subsídio de desemprego, aquando do terminus da actividade da empresa, apesar de descontar para isso. Dizem que desconta menos um por cento e por isso já não tem direito a nada. Mas descontam praticamente como qualquer outro trabalhador.
Estas coisas só acontecem porque esses gestores e gerentes não são muito ricos e não têm influência, nem capacidade de subornar, influenciar, contornar, contestar ou negociar. Muitos não passavam de meros empregados sem muito poder de decisão (às vezes em nenhum) e muitas vezes com ordenados em atraso, porque senão, se tivessem essas capacidades ou esse dinheiro e poder, acontecia-lhes o mesmo que está a acontecer às instituições bancárias que viram o IVA perdoado em cerca de quatro milhões de euros, por "falta de meios" do fisco.
Que fazem as associações de comerciantes pelos seus associados? Como os defendem neste caso? Não os vejo a fazer seja o que for que tenha cabeça, tronco e membros.
Depois admiram-se que os ditos gestores, aflitos, tentem vender o pouco que têm para que esse bem não seja penhorado.
Este é o saque a que temos direito com o governo que nos (des)governa. O que o estado quer é cobrar multas, taxas e impostos, seja de que forma for.
Desta forma, da forma que o governo impõe, isto está a ir longe de mais.
Temos de os fazer parar, à boa maneira do nosso Primeiro: seja de que maneira for!